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- O ex-ministro Maílson alerta sobre uma iminente crise fiscal no Brasil
- De acordo com ele, esta crise, acontece devido à resistência do governo
- Ele critica a postura do presidente Lula em não cortar os gastos sociais
Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, alerta sobre uma iminente crise fiscal no Brasil devido à resistência do governo. Esta, em reduzir despesas obrigatórias.
Ele critica a postura do presidente Lula em não cortar gastos sociais e a considera um dos fatores que afetam negativamente os mercados brasileiros. Nóbrega também avalia que os cortes anunciados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, são insuficientes para reverter o quadro de insustentabilidade fiscal. Destacando, assim, a inviabilidade de ajustes pela arrecadação e a resistência do Congresso ao aumento de impostos
“Em algum momento vai acontecer um colapso , a não ser que se ataque o gasto obrigatório. Mas, no governo Lula, é zero a chance de se fazer algo”. Apontou, Maílson.
Maílson da Nóbrega é um economista e ex-ministro da Fazenda do Brasil, atuando durante o governo de José Sarney entre 1988 e 1990. Reconhecido por sua expertise em políticas econômicas, ele é uma voz influente em análises e previsões econômicas. Atualmente, Maílson atua como sócio da Tendências Consultoria Integrada, oferecendo consultoria econômica. Ele também escreve regularmente para veículos de mídia, abordando, contudo, temas relacionados à economia brasileira e global.
Resistência do governo
Ele, ainda aponta, que não se “impressionou” com as medidas de cortes de gastos anunciados por Fernando Haddad, na última semana. E que “geraram alívio” nos ativos financeiros.
“O mercado costuma comprar pelo valor de face as declarações de autoridades”, mas elas não revertem o quadro de “insustentabilidade fiscal”. Complementa.
Como citado, de acordo com as falas do ex-ministro, a resistência do governo em reduzir despesas obrigatórias piora, portanto, os resultados fiscais.
Maílson da Nóbrega critica o presidente Lula por não cortar gastos sociais, destacando a inviabilidade de ajustes pela arrecadação e a resistência do Congresso ao aumento de impostos.
Ele menciona que as críticas ao Banco Central, especialmente sobre a política monetária e a taxa de juros, são um fator adicional que afeta negativamente os mercados. E, dessa forma, a percepção sobre a sustentabilidade fiscal do país.
Dólar a R$ 5,70: Haddad não baixará IOF para segurar alta
O governo não pretende reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio para segurar a alta do dólar, disse nesta terça-feira (2), em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele afirmou, contudo, que uma comunicação melhor sobre o arcabouço fiscal e a autonomia do Banco Central (BC) significa a principal ação necessária para conter a desvalorização do real.
“Não sei de onde saiu esse rumor [do IOF]. Aqui na Fazenda, estamos trabalhando uma agenda eminentemente fiscal com o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] para apresentar a ele propostas para cumprimento do arcabouço em 2024, 2025 e 2026. Eu acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central, como o presidente fez hoje de manhã, quanto em relação ao arcabouço fiscal”, declarou o ministro após reunião com deputados para discutir a regulamentação da reforma tributária.
Após fechar a segunda-feira (1º) a R$ 5,65, o dólar continuou a subir nesta terça-feira (2). A cotação abriu em pequena baixa, caindo para R$ 5,63 nos primeiros minutos de negociação, mas chegou a R$ 5,70 por volta das 16h.
Rigidez do arcabouço fiscal
Haddad, dessa forma, reiterou a necessidade de melhoria na comunicação.
“Não vejo nada fora disso, autonomia do Banco Central e rigidez do arcabouço fiscal. É isso que vai tranquilizar as pessoas. Uma atenção mais em comunicação do que de outra coisa”, argumentou.
Atualmente, quem faz qualquer operação cambial – como compra no cartão no exterior – paga 4,38% de IOF. Para compra de moeda estrangeira em espécie, a taxação é de 1,1% e deve ser zerada em 2028.
Até 2022, incidiam 6% de IOF sobre empréstimos de até 180 dias, mas a taxa foi zerada naquele ano. O Brasil está diminuindo a tributação sobre o câmbio como compromisso para o país entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Haddad reiterou que se encontrará nesta quarta-feira (3) com o presidente Lula para tentar avançar em um plano de revisão de gastos e de cortes de despesas. Segundo o ministro, o presidente está, portanto, preocupado com a alta da moeda norte-americana.
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