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Conforme o fato relevante divulgado na sexta-feira (23), a CVM suspendeu o processo de registro de Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Cielo (CIEL3). A Oferta Pública de Aquisição (OPA) é o processo de compra das ações dos acionistas minoritários, realizada pelos acionistas majoritários. Nas últimas semanas, algumas gestoras detentoras de 10% das ações da empresa enviaram uma correspondência ao conselho administrativo solicitando a convocação de uma assembleia. Elas argumentam que, com base nos termos propostos, os acionistas minoritários sofreriam uma perda de aproximadamente R$ 3,6 bilhões. O grupo de administradoras é composto por Encore, Clave, Mantaro, Ibiuna, XP Gestão e AZ Quest.
Valor justo
De acordo com as avaliações das Assets, o valor dos papéis da Cielo (CIEL3) é R$ 8,61, cifras entre R$ 8,7 bilhões e R$ 9,5 bilhões. A proposta de OPA dos bancos Bradesco e BB precificam as ações a R$ 5,35, valor que não corresponde à quantia estipulada pelas gestoras. Com base nesse cenário, os acionistas minoritários demonstraram inconformidade e pediram a convocação de uma assembleia especial de acionistas minoritários.
Reivindicação de uma nova análise
Os bancos que detêm o controle da Cielo estabeleceram o valor por ação na oferta com base em uma análise do Bank of America Merrill Lynch (BofA). Contudo, os acionistas minoritários alegam que a avaliação apresenta “inconsistências de metodologia”.
Consequentemente, as empresas gestoras propõem a elaboração de uma nova análise e sugeriram a contratação do Banco Safra para realizar esse trabalho.
Ainda vale a pena comprar Cielo com risco de “fechamento de capital”?
Passado o impacto inicial do lançamento da oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital da Cielo (CIEL3) por Banco do Brasil e Bradesco, analistas de mercado olham para os próximos passos que devem levar à saída da companhia de maquininhas da Bolsa.
O Citi rebaixou a recomendação da Cielo de compra para neutra após a notícia, mas elevou o preço-alvo de R$ 4,70 para R$ 5,40, o que corresponde a um potencial de valorização de 3,30% sobre o fechamento da última terça-feira (6).
As mudanças ocorreram devido ao forte desempenho recente das ações (em janeiro, CIEL3 esteve entre os maiores ganhos do Ibovespa) e ao anúncio da OPA a R$ 5,35 por ação, um valor apenas 6,4% acima do fechamento do papel na segunda-feira. “Embora a oferta ainda deva seguir os ritos de aprovação habituais e possamos ver algumas idas e vindas sobre o preço por parte dos acionistas minoritários, não vemos espaço para uma mudança material em torno do preço anunciado”, afirmam os analistas Gabriel Gusan, Karina Salva Martins, e Maria Guedes, em relatório enviado a clientes, em uma visão distinta da projeção de muitos analistas, que esperam que os bancos controladores tenham que oferecer um preço maior para que a OPA se concretize.
Em teleconferência para comentar os resultados do Bradesco na manhã desta quarta-feira (7), Marcelo Noronha, novo CEO do banco, deu alguns detalhes sobre a operação e estimou o closing da OPA em “uns 150 dias”, avaliando que a maior parte dos acionistas minoritários deve aceitar a proposta a um preço de R$ 5,35 por ação. “É natural que os minoritários possam questionar (o preço), isso faz parte do jogo…Mas eu acho que a maior parte dos minoritários vai aceitar a nossa proposta”.
O BB-BI, em relatório após a divulgação do resultado da Cielo e do anúncio da OPA, recomendou que os acionistas minoritários aderissem à oferta, tendo em vista o prêmio oferecido em relação ao preço de fechamento de segunda (R$ 5,35 contra R$ 5,03 do fechamento do dia 5). Os analistas da casa revisaram o preço-alvo partindo da precificação oferecida pela OPA e ajustando pelo JCP anunciado na segunda (de R$ 0,15 por ação), resultando em R$ 5,20, e mantiveram recomendação neutra para CIEL3.
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