Entre os diversos temas relacionadas à economia, a previdência no Brasil foi um dos mais debatidos, especialmente em um contexto de Reforma da Previdência. Neste contexto, diversos assuntos relacionados ao tema voltaram a ser pauta, como foi o caso do regime de capitalização.
O que não é à toa, afinal o regime de capitalização é um modelo que busca auxiliar a população em sua aposentadoria, conseguindo alcançar até mesmo a independência financeira, por meio de investimentos no mercado financeiro.
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O que é regime de capitalização?
Em suma, o regime de capitalização é um tipo de aplicação financeira cujo foco é absorver os tributos pagos pelos contribuintes e redirecionar este montante para investimentos no mercado financeiro, construindo uma reserva financeira para a população.
Vale destacar que este valor vai variar de acordo com montante pago ao longo do tempo e quanto este investimento rendeu ao longo dos anos.
Assim, esta é uma das principais diferenças relacionadas à Previdência Social, cujo regime é de partição.
Ou seja, valores pagos por trabalhadores ativos são redirecionados para aposentadoria de quem não atua mais profissionalmente.
Ainda vale destacar que tal prática é recorrente no contexto previdenciário nacional, isto é, os aposentados atuais também tiveram sua renda revertida para pagar a aposentadoria de quem estava inativo profissionalmente em seu período de atuação.
Sendo assim, a principal diferença deste regime é o fato de que a rentabilização do regime de capitalização é individual.
Enquanto, o da Previdência Social é individual.
Fator que interfere especialmente em três questões, são elas:
- Estrutura das operações realizadas;
- Rentabilidade;
- Prazos.
Portanto, um dos temas mais relevantes para se entender sobre este assunto é sobre a sua rentabilização.
Rentabilização
De modo geral, existem dois tipos de rentabilidades nos regimes de capitalização.
Na primeira, o rendimento do regime é calculado com base em juros simples.
Enquanto, no segundo tipo, a rentabilidade do regime estará sendo calculada com base nos juros compostos.
Portanto, compreender as particularidades de cada tipo é uma das etapas de apresentação sobre o assunto.
Capitalização simples
Inicialmente, vale apresentar o regime da capitalização simples.
Tal qual o próprio nome indica, neste tipo de regime a taxa de juros simples é utilizada como referência.
Dessa forma, os juros possuem incidência sobre o valor inicial aplicado.
Ou seja, o rendimento possibilitado por este produto financeiro será relacionado ao aporte inicial realizado neste investimento.
Por exemplo, imagine um regime de capitalização em que o valor investido inicialmente foi de R$10.000, sendo que o valor da taxa de juros anual definido é de 2%.
No caso da capitalização simples, o valor dos juros incidirá apenas sobre o montante relacionado ao aporte inicial.
Sendo assim, no caso do exemplo citado, seria possível ter uma renda anual de R$200 através do investimento realizado.
Portanto, a capitalização simples se torna menos vantajosa na comparação com produtos financeiros que possuem sua rentabilidade atrelada aos juros compostos.
Afinal, como será apresentado no próximo tópico, a incidência dos juros compostos ocorre de modo diferente.
Capitalização composta
O regime da capitalização composta é baseado nos juros compostos.
Assim, este valor incide sobre o aporto inicial mais o principal acrescido de juros durante o período.
Ou seja, diferente do que ocorre com os juros simples, neste caso as taxas acompanham o patrimônio total do que está investido.
Dessa forma, os juros compostos são o formato de rentabilidade mais interessante para investidores que buscam rentabilidade no longo prazo.
Afinal, quanto mais tempo houver a incidência dos juros compostos sobre o patrimônio, maior será o valor final captado ao final do investimento.
Para ficar mais claro o funcionamento da capitalização composta, imagine o exemplo anterior, porém, agora no contexto de juros compostos.
Sendo assim, o investidor realizou um aporte inicial de R$10.000, com a taxa de juros anual de 2%. Ao final de um ano, o valor que o investidor teria seria de R$10.200.
Todavia, diferente do que ocorre com os juros simples, a taxa de juros do ano seguinte utilizaria o valor de R$10.200 como referência. Com isso o rendimento seria de R$204.
Portanto, este tipo de rendimento é interessante no longo prazo, haja visto que quanto maior for o prazo do contrato, maior será a rentabilidade.
Regime de capitalização nos investimentos
Como visto até aqui, este tipo de remuneração tem ganhando cada vez mais espaço, sendo que há relação, inclusive, entre regime de capitalização e previdência privada, isto é, alguns planos de previdência particular contam com este tipo de produto financeiro.
Além disso, vale destacar que este tipo de negociação não é restrito à aposentadoria.
Ou seja, investidores que buscam opções de produtos financeiros do mercado podem optar por investir neste tipo de estratégia.
Todavia, indivíduos que buscam investir no regime de capitalização possuem o hábito de considerar alguns fatores relacionados às características dos títulos de capitalização.
Portanto, antes de realizar investimentos deste tipo, o aconselhável é que o investidor análise o contexto.
Análise do regime de capitalização
Entre os diferentes pontos considerados antes de investir no regime de capitalização, investidores destacam alguns em especial, sendo que, dentre eles, é possível destacar:
- Juros;
- Incidência dos juros;
- Prazos.
Dessa forma, é útil destacar separadamente cada um destes pontos.
Juros
Como visto anteriormente no texto, entender o que é regime de capitalização simples e composto é um passo importante para aqueles que se interessam por este tipo de investimento.
Afinal, através destas informações o investidor terá uma noção acerca da rentabilidade possível através daquele investimento.
Tal qual foi apontado, para regimes de capitalização de longo prazo, como é maioria, priorizar o recebimento de juros compostos é mais interessante, haja visto que o recebimento final será maior.
Incidência dos juros
Outro fator importante para se avaliar é a incidência dos juros, isto é, qual o período que esta taxa é depositada.
Assim, é possível que o investidor encontre produtos com taxas de juros anuais, mensais e, até mesmo, diárias.
Ou seja, analisar os prazos referentes à incidência dos juros é útil para entender qual ativo financeiro faz mais perfil na comparação com o perfil do investidor.
Prazos
Por fim, mas não menos relevante, existem os prazos relacionados aos investimentos ligados ao regime de capitalização.
Assim, vale se atentar ao período de duração dos títulos de capitalização, especialmente para quem busca realizar um planejamento financeiro mais assertivo. Portanto, é possível entender o regime de capitalização como uma alternativa à Previdência Social, porém, antes de seguir tal prática é importante que o investidor conheça o funcionamento deste regime.