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Segundo dados, divulgados no domingo (22), as emissões de carbono nessas duas regiões estão “consistentemente acima da média”.
Em informações divulgadas na segunda-feira (23), os incêndios no Pantanal e na Amazônia atingiram seus piores níveis em quase 20 anos, impactando a qualidade do ar em grande parte da América do Sul.
De acordo com o Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus (CAMS), as emissões de incêndios na região têm se mantido acima da média histórica.
As emissões acumuladas até 19 de setembro de 2024 somaram 183 megatoneladas de carbono, acompanhando a tendência do ano recorde de 2007, quando 65 megatoneladas foram emitidas apenas no mês de setembro.
Nesses dois lugares, a estimativa acumulada total de emissões de carbono é a maior nos 22 anos de registros.
Segundo os dados disponíveis, o Amazonas teve uma emissão de 28 megatoneladas de carbono.Já no Mato Grosso do Sul, que abriga a maior parte do Pantanal, houve a liberação de 15 megatoneladas de carbono.
O governo federal anunciou recentemente a criação de um crédito extraordinário de R$ 514,5 milhões para lidar com os incêndios florestais e fortalecer os órgãos de fiscalização e controle.
Estadão criticou Lula por falta de ação aos incêndios recordes
Eleito com a promessa de proteger as florestas e após criticar a gestão ambiental de Jair Bolsonaro, o presidente Lula enfrenta um grande desafio em seu terceiro mandato. Apesar de ter nomeado Marina Silva, uma figura de destaque internacional em questões ambientais, a realidade mostra um cenário alarmante. A Amazônia está novamente em chamas.
A crise ambiental é agravada pelo fato de que o fogo se espalha com intensidade crescente na maior floresta tropical do mundo. Isto, em um contexto onde a seca prolongada, exacerbada pelo El Niño e pelas mudanças climáticas, contribui para a situação. Em 2020, as queimadas no Pantanal provocaram grande repercussão; agora, o mesmo drama se repete na Amazônia. A pressão sobre o governo é significativa, e a gestão petista está sendo cobrada por uma resposta mais eficaz à devastação.
Embora o desmatamento tenha diminuído, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais de 43 mil focos de incêndio entre 1.º de janeiro e 20 de agosto de 2024, tornando este o pior período em 17 anos. O Monitor do Fogo do MapBiomas aponta que a área queimada na floresta praticamente dobrou em comparação com o ano passado.
O incêndio, frequentemente associado à conversão de terras para pastagens, está se espalhando por áreas não desmatadas e o número atual de 1.489 brigadistas, segundo o Ministério do Meio Ambiente, parece insuficiente diante da magnitude do problema.
Medidas preventivas
O governo, que se orgulha de seu compromisso ambiental, deveria, contudo, ter antecipado e preparado medidas preventivas e de combate muito mais robustas.
A recente greve dos servidores ambientais, no entanto, pode ter contribuído para o aumento das queimadas na Amazônia. Apesar de não incluir brigadistas, a paralisação afetou a fiscalização de crimes ambientais, refletindo uma possível negligência do poder público.
Especialistas recomendam que o governo intensifique a prevenção, com servidores ativos no campo para combater incêndios ilegais e orientar produtores rurais. O Brasil possui tecnologia e conhecimento para monitorar focos de calor e analisar padrões de incêndio, mas falta competência prática. Boas intenções não são suficientes; é necessário agir de forma eficaz.
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