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As eleições presidenciais estão roubando as atenções do mercado nesta sexta-feira, em uma agenda sem muitos destaques, investidores aproveitaram o pregão para estipular os desfechos e possíveis estratégias dos candidatos a presidência da república e seus propósitos.
No entanto, nem todos os investidores estão propensos a se expor as movimentações eleitorais e as consequências para a mesma para a carteira de investimentos do mercado.
Ainda que a cena externa tenha tido mais peso sobre os mercados neste ano do que em eleições anteriores, com temores sobre inflação, alta global dos juros, risco crescente de recessão e guerra da Rússia na Ucrânia, a incerteza com relação ao resultado eleitoral ainda pressiona os ativos domésticos.
Então, por que não blindar os seus investimentos contra este risco?
Enquanto algumas empresas podem ser consideradas “blindadas” na bolsa ante o desfecho nas urnas, outras tendem a ser mais impactadas por causa da forte exposição ao governo. A Bloomberg Línea consultou gestores e analistas para saber como o mercado está posicionado.
Para a Eurásia, uma grande casa de análise de risco político, a ‘arrancada final’ na eleição, mas cenário-base ainda tem 2º turno Para Roberto Attuch, fundador e CEO da casa de análise Ohmresearch, o fim da disputa eleitoral deverá reduzir as incertezas e contribuir para a retomada do mercado de renda variável no Brasil.
Confira abaixo as melhores opções para blindar seus investimentos.
Bancos
Bancos Filipe Ferreira, diretor da Comdinheiro, destaca que o setor bancário tende a ter bom desempenho independentemente dos resultados eleitorais, dado que pode se beneficiar tanto de um cenário de alta quanto de queda dos juros. Em uma pesquisa com gestores locais feita pela XP, a maioria mostrou otimismo em relação ao setor.
Dentre os nomes preferidos estão Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), e, embora este último envolva riscos políticos, os papéis estão hoje sendo considerados baratos, segundo o levantamento. Menos gestores também mencionaram apostas nas ações do Bradesco (BBDC4).
Óleo e gás
Apesar da incerteza em torno do cenário macro, a maioria dos gestores consultados pela XP está posicionada no setor de óleo e gás. Além de Petrobras (PETR3; PETR4), empresas menores do setor como PetroRio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo (RECV3) foram citadas por muitos como exposição ao setor sem risco político. Há, contudo, preocupação com os riscos de execução, segundo o levantamento.
Construtoras
Segundo analistas, as ações de incorporadoras voltadas ao segmento de baixa renda despontam como uma escolha defensiva no cenário atual. Com o ciclo de aperto monetário chegando ao fim, a percepção é que o setor tende a se beneficiar independentemente do resultado da disputa presidencial.
Isso porque um programa federal de apoio à habitação popular deve figurar como prioridade para ambos os candidatos líderes nas pesquisas – o atual Casa Verde e Amarela ou mesmo um modelo mais parecido com o Minha Casa, Minha Vida, seu antecessor nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT). Em setembro até a terça-feira (27), as ações de Tenda (TEND3), Direcional (DIRR3) e MRV (MRVE3) acumulavam ganhos de 21%, 15,8% e 14,4%, respectivamente.
“Não vejo nenhum candidato mudando o programa [habitacional] de maneira negativa. Se der Bolsonaro, é continuidade. Se for Lula, não deve mudar muito”, diz Ygor Altero, chefe de mercado imobiliário da XP, que cita a ação da Cury (CURY3) como preferida, seguida pela Direcional (DIRR3).
O JPMorgan (JPM) também avalia que as eleições presidenciais não devem impactar o segmento de baixa renda, à medida que “os principais candidatos apoiam o programa Casa Verde e Amarela”, segundo relatório divulgado no início do mês e assinado pelo analista Marcelo Motta. No melhor cenário, diz o banco de investimento americano, subsídios adicionais poderiam ser anunciados. No pior cenário, podem ser autorizados novos saques do FGTS para estimular o PIB. O banco cita, em ordem de preferência, as ações de MRV, Direcional, Cyrela (CYRE3), Eztec (EZTC3) e Tenda.
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