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Copom define Selic nesta semana: especialistas comentam

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Em meio a um cenário conturbado internacional com a guerra entre Ucrânia e Rússia, nesta semana, o Copom se reúne para definir a taxa Selic. Atualmente, a taxa está em 10,74% ao ano.

A última decisão elevou a Selic de 9,25% para 10,75% no início de fevereiro e representou a oitava alta consecutiva. Boa parte do mercado acredita que o Banco Central deve estender ainda mais o ciclo de alta da taxa básica de juros para conter a inflação.

João Beck, economista e sócio da BRA, escritório credenciado da XP Investimentos, acredita que o COPOM manterá o ritmo de 100 pontos: “Não acredito numa aceleração das altas. Acredito que ela virá de uma taxa terminal maior em 50 pontos e que pode permanecer estática por mais tempo“.

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Segundo o especialista, o mercado previa um ajuste negativo já no fim deste ano para a taxa, o que já mudou.

“Sob as novas circunstâncias de aumento de alimentos e energia, acreditamos numa extensão de pelo menos um semestre para as taxas começarem a cair. As expectativas se adiaram para o meio do ano de 2023“, diz.

Para Rob Correa, analista de investimentos CNPI e autor do livro “Guia Do Investidor de Sucesso no Longo Prazo”, o Banco Central adotará uma postura mais incisiva na próxima reunião.

Eu acreditava em uma Taxa Selic de 11,75% no auge do ciclo de aperto em 2022, mas isso era antes da guerra na Ucrânia. Com esse fato novo no cenário e os respectivos impactos inflacionários, agora minha previsão é de 12,75% até o fim de 2022“, afirma.

De acordo com Correa, a inflação atual que temos no Brasil não tem mais relação com a Covid-19, mas sim com as commodities.

Tudo isso devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Os principais componentes da inflação como alimentos e combustível estão sendo impactados pela guerra e a inflação atual ainda não reflete o conflito. A disparada do petróleo, das commodities agrícolas e o problema com fertilizantes irão pressionar ainda mais a inflação que já está além da meta“, comenta.

Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, acredita no aumento de 100 pontos para a próxima reunião e em um comunicado mais forte que os anteriores: “Vejo que o mercado espera um Banco Central ainda duro ao combate à inflação, elevando a Selic nessa reunião e ainda mais duro no discurso. Já há uma expectativa de uma Selic terminal mais alta nesse ciclo devido à guerra. Algumas casas falam até em 13.25%”, diz.

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Com a Selic mais alta, a renda fixa tem atraído cada vez mais investidores. Para Leandro Vasconcellos, CFP®, Head da mesa de alocação Alta Renda e sócio da BRA, em momentos como esse, vale apostar em títulos atrelados à inflação e títulos pós-fixados.

Eu destacaria ainda a indústria de fundos multimercados. Existe um seleto grupo de bons gestores globais que são bastante habilidosos em capturar movimentos de preços globalmente. Nós temos notado o bom desempenho de algumas gestoras com esse perfil e essa tendência deve se manter daqui para frente”, complementa.


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