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- A Polícia Federal finalizou a investigação sobre crimes de mineração de sal-gema em Maceió, resultando em 20 indiciamentos
- A petroquímica Braskem explorava sal-gema há décadas, utilizando o material para produzir químicos como cloro e PVC
- Desde 2018, moradores relataram rachaduras em ruas e edifícios, levando ao afundamento do solo e remoção de famílias de áreas afetadas
- A PF indiciou 20 pessoas, envolvendo seis crimes, incluindo três previstos na Lei de Crimes Ambientais
- A empresa declarou que está colaborando com as investigações e reafirmou seu compromisso com as leis e reparações à cidade
A Polícia Federal (PF) anunciou nesta sexta-feira a conclusão de um inquérito que investiga crimes associados à mineração de sal-gema sob o solo de Maceió, resultando no indiciamento de 20 indivíduos. No entanto, o órgão não divulgou os nomes dos acusados nem especificou as infrações que motivaram as investigações.
A petroquímica Braskem (BRKM5) conduziu as atividades de exploração de sal-gema durante várias décadas. A empresa utilizou o sal-gema extraído na produção de produtos químicos essenciais, como cloro e PVC, em uma unidade próxima à cidade.
Problema intensificado
Em 2018, o cenário começou a mudar quando moradores de diversos bairros relataram o surgimento de rachaduras nas ruas e edifícios. O problema se intensificou, levando a um afundamento do solo e forçando a remoção de milhares de famílias de áreas afetadas.
Em um comunicado, a PF informou que enviou os autos do inquérito ao Juízo da 2ª Vara Federal de Alagoas para as devidas providências. A PF também comunicou a conclusão do inquérito à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a situação.
“Os autos do inquérito foram encaminhados ao Juízo da 2ª Vara Federal de Alagoas para as providências cabíveis. A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o caso também foi informada sobre a conclusão das investigações”, disse a PF em comunicado à imprensa.
Em resposta, a Braskem declarou que ainda não teve acesso ao relatório completo da PF, mas reafirmou seu compromisso em colaborar com as investigações. A empresa ressaltou que tem seguido todas as leis e regulamentos do setor e que tem investido bilhões de reais em reparações para a cidade e seus habitantes. Além disso, a Braskem expressou confiança nos indivíduos mencionados no inquérito.
“Desde o início das apurações contribuiu, assim como seus integrantes, com as informações e esclarecimentos ao seu alcance”, afirmou a companhia. E, acrescentou que “sempre atuou em conformidade com as leis e regulações do setor”.
A PF destacou que os indiciamentos incluem seis crimes, três dos quais estão previstos na Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998), evidenciando a seriedade da investigação e suas implicações para a proteção ambiental e social na região.
A empresa
A Braskem é uma das maiores petroquímicas do Brasil e da América Latina, atuando na produção de resinas plásticas, químicos e outros derivados do petróleo. Fundada em 2002, a empresa tem sua sede em São Paulo e opera várias unidades industriais em diferentes estados brasileiros, além de instalações internacionais. A Braskem é conhecida por sua produção de polietileno, polipropileno e PVC, que são utilizados em uma ampla gama de produtos, desde embalagens e utensílios domésticos até peças automotivas e produtos de construção.
A empresa também se destaca por suas iniciativas de sustentabilidade, incluindo a produção de plásticos a partir de fontes renováveis, como o etanol da cana-de-açúcar. Contudo, a Braskem tem enfrentado desafios, como as investigações relacionadas a suas atividades de mineração de sal-gema em Maceió, que levaram a preocupações sobre o impacto ambiental e social em áreas afetadas por afundamentos de solo.
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