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Na última terça-feira (23), a dificuldade de mineração do Bitcoin registrou um aumento de 3,9%, alcançando um novo recorde histórico de 95,7 trilhões, segundo dados do explorador de blockchain Mempool. Esse ajuste superou o pico anterior de 92,7 trilhões, que havia sido registrado no início de setembro. Esse movimento ocorre em meio a níveis recordes da taxa de hash média móvel de sete dias da rede.
A dificuldade de mineração do Bitcoin não é medida em unidades específicas, mas reflete a complexidade de minerar um novo bloco em comparação ao nível mais fácil que poderia ser. O aumento na dificuldade significa que os mineradores precisam de mais poder computacional e energia para encontrar o hash correto que permita a criação de novos blocos.
Índice de conteúdo
O que é a dificuldade de mineração do Bitcoin?
A dificuldade de mineração do Bitcoin é ajustada automaticamente a cada 2016 blocos, o que equivale a cerca de duas semanas. Esse ajuste é necessário para garantir que, em média, um novo bloco seja descoberto a cada 10 minutos, independentemente do número de mineradores ativos na rede. Quando há um aumento na quantidade de mineradores competindo para validar blocos, o protocolo aumenta a dificuldade, mantendo o intervalo de tempo de criação de blocos constante.
Antes do ajuste mais recente, os blocos de Bitcoin estavam sendo minerados a uma taxa mais rápida do que a média, com um bloco sendo criado a cada nove minutos e 37 segundos, segundo o painel de controle Clark Moody.
Aumento da dificuldade e o impacto nos mineradores
Com o aumento da dificuldade, os mineradores enfrentam um desafio maior para descobrir novos blocos, exigindo mais poder computacional e energia. Quando o número de mineradores em atividade aumenta, como foi o caso recentemente, a dificuldade sobe proporcionalmente. No entanto, se o número de mineradores diminuir, o protocolo ajusta a dificuldade para facilitar a descoberta de blocos.
Na segunda-feira, a taxa de hash do Bitcoin, que mede o poder computacional total dedicado à rede, também atingiu uma nova máxima histórica de média móvel de sete dias, chegando a 723,6 EH/s (exahashes por segundo). Esse foi o primeiro momento em que a taxa de hash ultrapassou a marca de 700 EH/s, de acordo com o painel de dados do The Block.
A taxa de hash do Bitcoin tem mostrado forte recuperação desde o quarto halving, que ocorreu em abril de 2024. Durante esse evento, a recompensa de blocos foi reduzida de 6,25 BTC para 3,125 BTC, impactando diretamente a rentabilidade dos mineradores. Mesmo assim, a taxa de hash se manteve em alta, depois de uma breve queda registrada em junho.
Redução na receita dos mineradores após o halving
O halving do Bitcoin, que ocorre a cada quatro anos, reduziu pela metade a recompensa por bloco minerado, impactando as receitas dos mineradores. No dia do halving, a média móvel de sete dias das receitas atingiu um pico de US$ 72,4 milhões, mas desde então, essas receitas se estabilizaram entre US$ 25 milhões e US$ 35 milhões.
Essa redução nas receitas pressionou mineradores menos eficientes, forçando alguns a saírem do mercado. O preço do hash, que mede o valor que um minerador pode esperar ganhar por dia para cada TH/s de poder de hash, também caiu significativamente. Em setembro, o preço do hash atingiu mínimas históricas de US$ 0,04 por terahash por segundo (TH/s). No entanto, houve uma ligeira recuperação no preço, que agora está em US$ 0,048.
A queda na receita e o aumento da dificuldade criam um cenário desafiador para os mineradores, principalmente os que não possuem acesso a infraestruturas de energia baratas ou tecnologias avançadas de mineração. Ao mesmo tempo, a concentração de poder de mineração em grandes operações se torna cada vez mais evidente, uma vez que mineradores menores são forçados a sair do mercado.
A importância do ajuste de dificuldade
O ajuste de dificuldade no Bitcoin é uma das características mais importantes de seu protocolo, pois garante a segurança e estabilidade da rede. Ao ajustar automaticamente a dificuldade com base na quantidade de poder computacional dedicado à mineração, a rede mantém o tempo de criação de blocos consistente e evita flutuações descontroladas na emissão de novos Bitcoins.
Essa característica também serve como um mecanismo de equilíbrio econômico, ajustando a dificuldade para garantir que mineradores eficientes permaneçam na rede, enquanto aqueles que não conseguem acompanhar a demanda computacional podem optar por sair.
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