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- O dólar reverteu sua tendência nesta quarta-feira (12)
- Isto, devido às declarações do presidente Lula durante um evento no Rio de Janeiro
- Tal mudança de perspectiva do mercado em relação à economia pode estar influenciando o aumento da volatilidade cambial
O dólar reverteu sua tendência e registra uma forte alta nesta quarta-feira (12), à medida que os investidores reagem às declarações do presidente Lula. Estas, durante um evento realizado no Rio de Janeiro hoje.
Lula enfatizou que não consegue discutir economia sem “colocar a questão social na ordem do dia”, destacando que o “mercado financeiro não é uma entidade abstrata, separada da política e da sociedade”. Suas observações geraram reações nos mercados. Assim, com os investidores analisando o impacto das políticas econômicas e sociais do governo.
Essa mudança de perspectiva do mercado em relação à economia pode estar influenciando o aumento da volatilidade cambial. E, ainda, resultando em uma alta significativa no valor do dólar em relação ao real. Os investidores estão agora atentos aos desdobramentos das políticas econômicas e sociais anunciadas pelo governo, aguardando por mais detalhes e clareza sobre o cenário econômico futuro.
A declaração do presidente Lula chega em um momento de crescente cautela entre os investidores em relação à situação fiscal do Brasil, enquanto o governo enfrenta pressão para reduzir gastos públicos.
Paralelamente, o Ibovespa, principal índice acionário da B3, registra uma forte queda, refletindo a preocupação dos investidores com o cenário econômico e político atual. Este declínio pode indicar uma reavaliação do mercado. Ainda, sobre os rumos da economia nacional e as políticas governamentais em curso.
O que está influenciando os mercados?
O mercado iniciou a quarta-feira com uma atmosfera “mais tranquila”, após a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos. Os mesmos, indicando que os preços na maior economia do mundo começam a arrefecer.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) não registrou alterações em maio, enquanto o mercado esperava uma leve alta de 0,01%. No mês anterior, a inflação no país havia crescido 0,03%.
Com os indicadores apontando para um arrefecimento da inflação, as expectativas dos investidores em relação ao Federal Reserve (Fed), sugerem que não devem ocorrer novas elevações das taxas de juros e que, além disso, um ciclo de redução pode ter início nos próximos meses.
Hoje (12), o Fed se reúne para decidir sobre as novas taxas de juros americanas, atualmente entre 5,25% e 5,50% ao ano. As projeções, portanto, indicam que a instituição manterá essas taxas inalteradas, diante do cenário de inflação estável e da cautela diante das incertezas econômicas globais.
Apesar da visão positiva com o futuro da inflação e dos juros nos Estados Unidos, o mercado nacional inverteu o sinal depois do discurso feito pelo presidente Lula, este defendendo que a economia não pode estar apartada do social.
“Todos os debates que se fazem se tratando de economia, a gente fala de um monte de coisa, mas me parece que os problemas sociais não existem. Eles existem. Estão nos nossos calcanhares, estão nas nossas portas, estão nas ruas”, disse o atual presidente.
O presidente fez essa declaração em um momento em que o governo enfrenta pressão do mercado para reduzir gastos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, portanto, que apresentará a Lula uma proposta de alteração no formato dos pisos de gastos mínimos em saúde e educação.
Diante das dificuldades do governo em zerar o déficit das contas públicas, Lula afirmou, contudo, que está empenhado em equilibrar as contas. Assim, sem comprometer os investimentos.
“Estamos arrumando a casa e colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio fiscal. O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público”, declarou Lula.
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