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O dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira (6) em baixa pelo terceiro dia consecutivo, após ter atingido R$5,90 nos primeiros minutos de negociação. A moeda norte-americana fechou cotada a R$5,6759, com queda de 1,26% frente ao real. O movimento reflete a expectativa do mercado quanto às novas medidas fiscais no Brasil e a iminente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic.
A desvalorização do dólar no mercado brasileiro destoa da alta observada em nível global. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas principais, subiu 1,67%, chegando a 105 mil pontos — o maior nível registrado nos últimos quatro meses. Em meio ao fortalecimento do dólar global, o real se destacou entre as moedas emergentes ao apresentar valorização.
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Contexto externo: Trump e políticas econômicas
A reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, oficializada hoje, impulsionou uma ocorrência mista nos mercados internacionais. Com o poder republicano, os investidores antecipam um aumento nos gastos públicos, o que poderá resultar em maior inflação e crescimento econômico. Segundo os analistas, essa expectativa pressionou o Federal Reserve a manter uma taxa de juros elevada, a fim de evitar o superaquecimento da economia.
“Trump promete expansão fiscal e políticas de protecionismo, o que eleva as projeções de inflação. Isso pressionou o Federal Reserve a ser mais rígido nos próximos meses”.
Afirmou James Freeman, analista-chefe do Citigroup.
As políticas de Trump, que incluem tarifas sobre importações monetárias e maior exigência de participação financeira dos aliados dos EUA na defesa, podem intensificar a demanda por dólares, impactando moedas de mercados emergentes como o peso mexicano e o real brasileiro. Essa pressão aumentou a volatilidade cambial, levando o dólar a oscilar entre R$ 5,80 e R$ 5,8619 (+1,97%) durante o pregão de hoje.
Expectativa do Federal Reserve
A reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que começou hoje e que termina amanhã (7), adicionou incertezas ao cenário. A expectativa do mercado é que o Fed anuncie um corte de 25 pontos-base, reduzindo a taxa de juros para a faixa de 4,50% a 4,75% ao ano. Essa decisão será acompanhada pela coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, e poderá influenciar os próximos passos do mercado cambial.
No Brasil, o anúncio de medidas fiscais pelo governo é aguardado com ansiedade pelo mercado, pois pode impactar diretamente a estabilidade cambial. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que todos os ministros do governo estão comprometidos em fortalecer o arcabouço fiscal. Segundo ele, uma rodada de reuniões solicitada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir as medidas foram concluídas.
“O presidente Lula agora pretende conversar com os presidentes das duas Casas do Congresso para discutir o envio das medidas fiscais”.
afirmou Haddad em entrevista coletiva.
O movimento é visto como um sinal de que o governo brasileiro está buscando consolidar sua política fiscal, o que pode ajudar a atrair capital estrangeiro e, assim, fortalecer o real.
Copom, Taxa Selic e outros fatores
A decisão do Copom sobre a taxa Selic também é esperada para hoje, após o fechamento do mercado. A previsão dos economistas é de um aumento de 50 pontos-base, o que elevaria a taxa básica de juros para 11,25% ao ano. Essa elevação seria parte da estratégia do Banco Central para controlar a inflação, com o objetivo de estabilizar o câmbio e atrair investidores.
Se confirmada, a elevação da Selic pode gerar uma valorização adicional do real, embora parte desse movimento dependa da sinalização futura do Banco Central quanto à continuidade dos ajustes na política monetária.
Confira os índices:
- Dólar à vista : R$ 5,6759 (-1,26%)
- DXY (Índice do dólar) : 105 mil pontos (+1,67%)
- Máxima do dólar no dia : R$ 5,8619 (+1,97%)
- Expectativa do Fed : Corte de 25 pontos
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