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- A Enel mobilizou técnicos do Chile, Argentina, Itália e Espanha para atuar na recuperação do fornecimento de energia na Grande São Paulo
- Com a chegada de profissionais de outras bases brasileiras, como Rio de Janeiro e Ceará, o contingente total envolvido na resolução do apagão alcançou 2,9 mil técnicos
- Mesmo com o reforço, cerca de 220 mil clientes permaneciam sem luz nesta terça-feira (15), evidenciando a dimensão dos desafios enfrentados para normalizar
Após quase quatro dias de falhas no fornecimento de energia na capital e na região metropolitana de São Paulo, a Enel mobilizou reforços de técnicos estrangeiros na tentativa de acelerar a normalização do serviço. Profissionais vindos do Chile, Argentina, Itália e Espanha foram chamados para atuar nas áreas afetadas. Assim, somando aos esforços locais e regionais. Técnicos de outras bases no Brasil, como Rio de Janeiro e Ceará, também foram deslocados para São Paulo. Dessa forma, elevando para 2,9 mil o número total de profissionais envolvidos na resolução do apagão.
Apesar do reforço, ainda restavam cerca de 220 mil clientes sem luz nesta terça-feira (15). Esse número representa pontos de instalação, e o total de pessoas impactadas é significativamente maior. Inicialmente, 2 milhões de pontos ficaram sem energia após a forte chuva que atingiu a região na sexta-feira (11).
A Enel não estabeleceu prazo concreto para a restauração completa do serviço, o que gerou críticas. Em seu primeiro pronunciamento no sábado (12), o presidente da empresa, Guilherme Lencastre, afirmou que a concessionária estava “bem mais preparada” do que durante o apagão de novembro de 2023. Este, que afetou 2,5 milhões de pessoas em todo o estado.
Falhas nos investimentos e análise do Ministério Público
Uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo aponta que a Enel deixou de investir R$ 602 milhões em sua infraestrutura entre 2020 e 2022. Valores previstos, portanto, em seu plano de expansão. O relatório técnico, obtido pelo jornal Folha de S.Paulo, atribui a falta de investimentos a falhas estruturais e problemas na distribuição de energia que prejudicam os consumidores.
O documento destaca a necessidade de “melhorias tecnológicas”. Além da correção de “irregularidades e inconveniências” no sistema elétrico. Esses problemas recorrentes, segundo o parecer, refletem deficiências operacionais. E, ainda, reforçam a insatisfação pública com a gestão da concessionária italiana.
Prefeitura pressiona por rescisão de contrato
Diante da sequência de falhas, a prefeitura de São Paulo intensificou os esforços para rescindir o contrato de concessão com a Enel. Desde março, o município solicita à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que declare a caducidade do contrato. Dessa forma, abrindo caminho para a contratação de uma nova concessionária. Embora a Aneel possa recomendar o encerramento antecipado do contrato, a decisão final cabe ao Ministério de Minas e Energia.
No pedido encaminhado à Aneel, a prefeitura classificou como “urgente” a substituição da Enel e a correção dos critérios de seleção da nova empresa. Assim, para evitar a repetição dos erros atuais. O documento argumenta que a rescisão seria “a única medida capaz de garantir a continuidade de um serviço público essencial à maior cidade do país”.
Desafios e Pressão Política
Com a população insatisfeita e autoridades cobrando respostas, a Enel enfrenta agora uma pressão sem precedentes. A mobilização de técnicos estrangeiros e regionais demonstra a gravidade da crise, mas a falta de um prazo claro para a normalização do serviço eleva as críticas. Ao mesmo tempo, o governo federal e a Aneel precisam equilibrar as exigências por uma solução rápida com a necessidade de garantir que a substituição da concessionária siga critérios transparentes e eficientes.
A sequência de apagões e os problemas estruturais, no entanto, levantam dúvidas sobre a continuidade da Enel em São Paulo e acendem o debate sobre a regulação e fiscalização do setor energético. Caso a situação não se resolva de forma satisfatória, a rescisão do contrato pode, no entanto, se tornar inevitável, marcando um novo capítulo na gestão da infraestrutura elétrica na maior metrópole brasileira.
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