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- Pernambuco (10,5%), Bahia (9,7%) e Distrito Federal (8,8%) lideram o ranking de desocupação no Brasil, enquanto estados como Rondônia (2,1%) e Mato Grosso (2,3%) registram os menores índices
- A taxa de desemprego é mais alta entre as mulheres (7,7%) e as pessoas negras (7,6% para pretos e 7,3% para pardos), evidenciando persistentes desigualdades no mercado de trabalho
- O rendimento médio no Brasil é de R$ 3.227, com o Nordeste apresentando os menores valores. A informalidade é alta, com destaque para o Pará (56,9%) e Maranhão (55,6%)
No terceiro trimestre de 2024, o Brasil apresentou uma significativa redução na taxa média de desemprego, que caiu para 6,4%, marcando a segunda menor taxa da série histórica. No entanto, as disparidades regionais continuam a ser um reflexo importante das desigualdades no mercado de trabalho. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira, 22 de novembro, os estados do Nordeste continuam a registrar as maiores taxas de desemprego do país, com destaque para Pernambuco (10,5%), Bahia (9,7%) e o Distrito Federal (8,8%).
Enquanto o Brasil como um todo experimentou uma queda no número de desempregados, sete estados apresentaram redução em suas taxas de desocupação. Por outro lado, em 20 estados, a variação foi estatisticamente insignificante, o que indica estabilidade no cenário do desemprego. As regiões Norte e Nordeste enfrentaram maiores desafios, com taxas de informalidade recorde, o que demonstra um mercado de trabalho mais instável e com menos garantias trabalhistas para a população.
Desigualdade regional
A situação do desemprego nas unidades da federação revela uma acentuada desigualdade regional. Em contraste com os estados do Nordeste, que continuam com as maiores taxas, outras regiões do Brasil, como o Centro-Oeste e o Sul, apresentam números bem mais favoráveis. Rondônia, com uma taxa de desocupação de apenas 2,1%, é o estado com o menor índice do país, seguido por Mato Grosso (2,3%) e Santa Catarina (2,8%). Esses estados se destacam pela recuperação mais rápida do mercado de trabalho, o que pode ser atribuído a fatores como crescimento econômico, diversificação de setores produtivos e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento regional.
Outro dado relevante que chama atenção na pesquisa do IBGE é o rendimento médio real mensal dos trabalhadores brasileiros, que no terceiro trimestre foi de R$ 3.227. O Nordeste apresentou o menor rendimento médio, com R$ 2.216, refletindo a realidade de um mercado de trabalho mais precarizado e com maior incidência de empregos informais. Já o Sudeste, liderado por São Paulo, e o Sul, com destaque para Santa Catarina, apresentaram os rendimentos mais altos, com valores de R$ 3.656 e R$ 3.577, respectivamente.
Desigualdades de gênero
A pesquisa também revelou desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho. Os homens enfrentaram uma taxa de desemprego de 5,3%, enquanto as mulheres enfrentaram uma taxa mais elevada, de 7,7%. Além disso, a desocupação afetou mais os negros, com 7,6% para os pretos e 7,3% para os pardos, contra 5% para os brancos, evidenciando a persistência das desigualdades raciais no acesso ao mercado de trabalho.
Em relação à escolaridade, as pessoas com nível de ensino médio incompleto continuam a enfrentar as maiores taxas de desemprego, que chegaram a 10,8%. Aqueles com ensino superior incompleto tiveram uma taxa de 7,2%, mais que o dobro da taxa observada entre os indivíduos com ensino superior completo, onde o desemprego ficou em 3,2%.
Esses dados destacam a complexidade do cenário atual do emprego no Brasil. Embora a taxa de desemprego média tenha melhorado, grandes desafios regionais, sociais e educacionais ainda precisam ser enfrentados para garantir um mercado de trabalho mais equitativo e sustentável.
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