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Os EUA rejeitam a comparação feita por Lula entre a campanha militar em Gaza e o Holocausto, em meio a tensões diplomáticas.
A recente comparação feita pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, associando a campanha militar de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, gerou reações internacionais significativas, principalmente dos Estados Unidos.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, expressou a discordância dos EUA com tais comentários, destacando que o governo americano não considera os acontecimentos em Gaza como genocídio. Esta declaração acontece em um momento delicado, com a chegada do secretário de Estado americano, Antony Blinken, ao Brasil para reuniões, incluindo um encontro com Lula em Brasília.
Tensões Diplomáticas Aumentam após Comentários de Lula sobre Gaza
Os Estados Unidos expressaram sua discordância em relação à comparação feita pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que equiparou a ação militar israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto perpetrado pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. A declaração de Lula, feita durante uma reunião da União Africana em Adis Abeba, provocou uma reação imediata tanto de Israel quanto dos Estados Unidos, este último reiterando que não vê os eventos em Gaza como genocídio.
Este incidente ocorre em um momento crucial, com a visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, ao Brasil, onde está previsto um encontro com Lula, além da participação em reuniões do G20 no Rio de Janeiro. A postura dos EUA reflete a complexidade das relações internacionais envolvendo o conflito israelense-palestino, com os EUA mantendo sua posição de aliado firme de Israel.
A reação de Israel foi imediata e severa, com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu acusando Lula de “cruzar a linha vermelha” e declarando o presidente brasileiro como “persona non grata”. As tensões diplomáticas se intensificaram, com o embaixador brasileiro em Tel Aviv sendo chamado para uma advertência fora do protocolo usual.
Apesar da crise gerada pelas declarações de Lula, fontes próximas ao presidente brasileiro sugerem que ele não pretende se desculpar pelo ocorrido, enquanto Israel parece determinado a escalar a situação. Paralelamente, os Estados Unidos continuam a desempenhar um papel central na diplomacia internacional, vetando pela terceira vez uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que buscava um cessar-fogo entre Israel e Hamas.
Este veto reafirma o suporte dos EUA a Israel, ao mesmo tempo em que trabalham em uma proposta alternativa de resolução que sugere uma trégua temporária, sem apoiar a invasão da cidade de Rafah por Israel. Este cenário sublinha as complexidades e as sensibilidades políticas que caracterizam o conflito israelense-palestino e suas repercussões globais.
Governo de Benjamin Netanyahu declarou Lula persona non grata após fala sobre Gaza e Holocausto
A Confederação Israelita no Brasil (Conib) condenou a fala de Lula e chamou a comparação de “distorção perversa da realidade” que ofenderia a memória das vítimas do Holocausto.
“Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país”, afirmou.
A Confederação Israelita completou que “o governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”.
Outra organização judaica do Brasil, o Judeus Pela Democracia, disse que a fala é uma “vergonha histórica sobre todos os pontos de vista” e que ela estimula o antissemitismo, ou seja, a discriminação contra os povos semitas, entre os quais, estão os judeus. Para essa entidade, o que acontece em Gaza é uma tragédia humanitária, “mas a guerra de hoje não é remotamente parecida com o Holocausto”.
Pedido de Impeachment de Lula
A deputada federal Bia Kicis argumenta que Lula cometeu crime de responsabilidade
A fala do presidente Lula gerou forte reação na oposição ao governo no Congresso Nacional. Alguns deputados já coletaram mais de 100 assinaturas para protocolar um pedido de impeachment na Câmara dos Deputados.
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) disse que o presidente cometeu crime de responsabilidade sob o argumento de a fala expor o Brasil ao perigo de guerra e citou o Artigo 5ª da Lei do Impeachment (1.079/1950). “É inadmissível o vexame a que Lula está submetendo o Brasil, país que tanto contribuiu para a fundação do Estado de Israel”, afirmou a parlamentar.
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