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Dados recentes da Arkham Intelligence revelaram uma movimentação incomum de US$ 20 milhões em criptomoedas por carteiras associadas ao governo dos EUA e vinculadas ao histórico hack da Bitfinex. As transações foram detectadas quando a carteira, que continha fundos confiscados dos hackers envolvidos no ataque, transferiu os ativos para um novo endereço. Logo após essa movimentação, parte dos fundos foi convertida em exchanges descentralizadas (DEXs) e direcionada a endereços suspeitos, levantando dúvidas sobre a integridade das transações.
Essa movimentação rápida e não anunciada de fundos é atípica para carteiras governamentais, que geralmente operam de maneira mais transparente, sobretudo quando estão prestes a devolver ativos a plataformas como a Bitfinex, conforme estipulado em processos judiciais. Segundo a Arkham, a movimentação incluiu o saque de ETH e stablecoins de pools de empréstimos da Aave, surpreendendo especialistas do mercado de criptomoedas, uma vez que não é comum que o governo americano utilize tais mecanismos para movimentar ativos apreendidos.
Ausência de declaração oficial aumenta suspeitas
A Arkham Intelligence também destacou a ausência de qualquer declaração oficial sobre essas transações, o que acentuou a especulação e incerteza em torno das movimentações. Em vez de seguir o protocolo usual de manter os fundos em custódia com a Coinbase Custody, a nova carteira rapidamente transferiu parte dos ativos para a Binance, uma prática rara para carteiras do governo. Normalmente, os fundos governamentais seguem uma abordagem mais conservadora e segura, o que torna o evento altamente suspeito.
As movimentações se intensificaram quando a Arkham detectou uma transação específica envolvendo o 1Inch DEX, um agregador de exchanges descentralizadas. Na transação, AUSDC foi trocado por 15 ETH, uma ação que sugere uma tentativa de liquidar e “misturar” os fundos, técnica comum em casos de lavagem de dinheiro. Parte dos fundos também foi enviada para carteiras de alto saldo, não associadas diretamente a exchanges conhecidas, o que levanta ainda mais suspeitas sobre a possível tentativa de disfarçar a origem dos ativos.
Histórico do hack da Bitfinex
O caso do hack da Bitfinex tem sido um dos maiores e mais notórios do mercado de criptomoedas. Em 2016, cerca de 119.765 BTC foram roubados da exchange, resultando em um dos maiores ataques já registrados. Em 2022, as autoridades dos EUA conseguiram identificar que Ilya Lichtenstein e Heather R. Morgan estavam em posse de 94 mil BTC dos fundos roubados, trazendo um novo desdobramento à investigação. A recente movimentação de ativos volta a acender o alerta sobre a segurança dos fundos associados a esse incidente.
A rápida transferência para DEXs, a ausência de uma comunicação oficial e a utilização de carteiras não convencionais levantam a hipótese de que as transações recentes não se alinham com as práticas de transparência do governo americano, adicionando uma nova camada de incerteza ao caso Bitfinex.
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