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O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou os números de empregos formais criados no Brasil em 2023. O país gerou um total de 1.483.598 novos empregos com carteira assinada no ano passado. O número representa uma queda significativa de 26,3% em comparação com o ano anterior, quando foram registradas 2.013.261 novas vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O maior crescimento do emprego formal em 2023 ocorreu no setor de serviços, com a criação de 886.256 postos. No comércio, foram criados 276.528 postos; na construção 158.940; na indústria, 127.145; e na agropecuária, o saldo foi de 34.762 postos.
Principais destaques dessas estatísticas
Menor crescimento desde 2020: A criação de empregos em 2023 atingiu seu nível mais baixo desde o início da pandemia de covid-19, em 2020. O Ministério do Trabalho reportou 23,26 milhões de admissões versus 21,77 milhões de desligamentos, resultando em um saldo positivo de 1,48 milhão de empregos formais.
Metas não alcançadas: Os resultados de 2023 não atingiram as previsões do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que projetava a geração de mais de 2 milhões de empregos com carteira assinada no ano. Posteriormente, ele reconheceu as dificuldades em cumprir essa meta.
Segundo ele, o resultado pode ter sido influenciado pela informalidade, especialmente na agricultura, além de fatores econômicos como os juros e o endividamento, que teve uma queda insuficiente para influenciar no mercado de contratação.
“Do jeito que nós herdamos a gestão do país, eu creio que foi um número razoável. Não vamos comemorar, mas foi um número razoável dentro do primeiro ano de governo”, disse Marinho, acrescentando que a tendência para 2024 é haver um aumento na geração de empregos, especialmente pela retomada de projetos de infraestrutura“, declarou.
Diversificação nas contratações: De acordo com o Ministério do Trabalho, em 2023, houve 3,28 milhões de contratações consideradas “não típicas”, que incluem trabalhadores aprendizes, intermitentes, temporários, contratados por CAEPF (Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física) e com carga horária até 30 horas. O saldo dessas contratações totalizou 255.383 empregos novos.
Setor de serviços lidera contratações: Em 2023, o setor de serviços foi o principal responsável pela geração de empregos, com um total de 886.223 contratações líquidas, seguido pelo comércio com 276.528 contratações líquidas, construção com 158.940 e indústria com 127.145 contratações líquidas. O setor agropecuário também contribuiu com 34.762 contratações líquidas.
São Paulo se destaca: Os dados revelam que São Paulo liderou a criação de vagas em 2023.
Perspectivas para 2024
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o mercado de trabalho brasileiro é caracterizado pela flexibilidade e rotatividade. Ele destacou a informalidade e os juros elevados como desafios, mas mencionou que os projetos públicos devem impulsionar a criação de empregos em 2024.
Desempenho de dezembro: Em dezembro, o Brasil registrou o fechamento de 430.159 vagas, sendo o pior resultado do ano, porém dentro da sazonalidade comum para o mês. O desempenho foi melhor em comparação com dezembro de 2022, quando houve um saldo negativo de 455.544 vagas. Todos os principais setores tiveram quedas de emprego, com maior impacto nos serviços (-181,9 mil), indústria (-111,0 mil) e construção (-75,63 mil).
Salário médio
O salário médio real de admissões em dezembro foi de R$ 2.026,33, com uma redução de R$ 6,52 em termos reais em relação a novembro. No entanto, houve um aumento real de R$ 40,17 em comparação com dezembro de 2022.
Nas 27 unidades federativas ocorreram saldos positivos, com destaque para São Paulo (390.719 postos, +3%), Rio de Janeiro (160.570 postos, +4,7%) e Minas Gerais (140.836 postos, +3,2%). Nas regiões, as maiores gerações ocorreram no Sudeste, (726.327), Nordeste (298.188) e Sul (197.659). O maior crescimento foi verificado no Nordeste, 5,2%, com geração de 106.375 postos no ano.
A maioria das vagas criadas em 2023 foram preenchidas por homens (840.740). Mulheres ocuparam 642.892 novos postos. A faixa etária com maior saldo foi a de 18 a 24 anos, com 1.158.532 postos.
Este ano, a tendência é de melhoria em relação ao ano passado, com projetos em andamento e esforços do governo para reduzir o endividamento das famílias, afirmou o ministro Luiz Marinho, que acredita que os agentes financeiros podem errar suas projeções sobre o crescimento econômico em 2024.
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