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- Em 2023 e 2024, a Globo recebeu R$ 177,2 milhões em publicidade do governo Lula, superando os R$ 177 milhões destinados à emissora durante a gestão Bolsonaro
- No período de janeiro a outubro de 2024, a Globo recebeu 53% dos R$ 164,4 milhões gastos pelo governo federal em publicidade nas principais emissoras de TV do Brasil
- A emissora também foi responsável por mais da metade dos contratos publicitários do governo em 2023
- A Record TV ficou em segundo lugar em 2024 com R$ 35,8 milhões, seguida pelo SBT com R$ 23,2 milhões
- Em contraste, a Globo recebeu mais do que todas as outras emissoras combinadas, reforçando sua liderança no setor de mídia televisiva
Entre os anos de 2023 e 2024, a Rede Globo recebeu da Secretaria de Comunicação do Governo Federal (Secom) um total de R$ 177,2 milhões em contratos de publicidade. O valor é significativo, considerando que superou a quantia de R$ 177 milhões destinada à emissora durante o governo de Jair Bolsonaro, no período de 2019 a 2022. Os dados foram revelados pela revista VEJA, que obteve as informações por meio de um levantamento sobre as veiculações publicitárias entre janeiro e outubro de 2024.
Os números mostram uma clara tendência de continuidade da Globo como principal beneficiária da verba publicitária governamental, que, em 2024, já alcançou R$ 87,2 milhões. Esse montante não só ultrapassa os R$ 86,3 milhões recebidos pela emissora no ano de 2022, como também representa uma marca considerável no contexto dos investimentos publicitários federais.
Gastos em publicidade
Em termos percentuais, a Globo absorveu 53% dos R$ 164,4 milhões gastos em publicidade com as principais emissoras de TV do Brasil entre janeiro e outubro de 2024. Esse valor é superior ao total somado por 17 outras redes de televisão.
A ascensão da Globo é ainda mais expressiva quando comparada com a distribuição das verbas publicitárias entre as outras emissoras. Em 2024, a Record TV, que se posiciona como a segunda maior beneficiária, recebeu R$ 35,8 milhões, o que representa menos de um terço do valor destinado à Globo. No ano anterior, a Record tinha recebido R$ 41,1 milhões, número ainda assim inferior ao que a Globo obteve em 2023, quando somaram R$ 130,5 milhões, superando os R$ 127 milhões distribuídos a todas as emissoras do Brasil em 2019.
No ranking das emissoras que mais firmaram contratos publicitários com o governo federal, o SBT ocupa a terceira posição, com R$ 23,2 milhões, seguido pelo Grupo Bandeirantes com R$ 11,7 milhões, e a RedeTV! com apenas R$ 2,1 milhões. Esses números evidenciam a concentração dos recursos publicitários nas mãos de poucas emissoras, com a Globo liderando o mercado de mídia de forma destacada.
Fonte de divulgação política
Se a análise for feita considerando os dois anos (2023 e 2024), a Globo se mantém como uma das principais fontes de divulgação das políticas públicas do governo Lula, representando mais da metade do total investido nas mídias televisivas do país. Essa tendência contrasta com o cenário da gestão Bolsonaro, quando a Record TV liderou os investimentos governamentais, especialmente entre 2019 e 2020. A mudança nas preferências por parte da Secom, desde o retorno de Lula à presidência, indica um reposicionamento das estratégias de comunicação do governo federal.
Os dados sobre os contratos publicitários com a Globo refletem uma realidade de forte dependência do governo de grandes players de mídia para a transmissão de suas campanhas. Para a Globo, isso também significa um retorno financeiro considerável, consolidando sua posição de liderança no setor. Para o governo, essas parcerias garantem um alcance massivo junto à população brasileira, sendo fundamentais para a implementação e divulgação de suas políticas.
Verba publicitária
Esses números, além de indicar a concentração de verba publicitária em grandes grupos, também levantam questões sobre a relação entre o poder público e as grandes empresas de mídia. A quantidade significativa de recursos destinados a uma única emissora, e a discrepância no valor distribuído entre as demais redes, reforçam o debate sobre a transparência e a equidade na distribuição de recursos públicos.
No setor comercial, os grandes nomes do varejo, como Carrefour, Assaí e Mercado Livre, também continuam a destacar-se no cenário econômico brasileiro. Entre 2022 e 2023, o número de empresas com aumento significativo na receita foi expressivo, com destaque para a Guanabara Diesel, que obteve um crescimento de 318,1%, enquanto empresas como a Fast Shop sofreram quedas, o que impactou sua posição no ranking de receita.
O futuro das estratégias de comunicação pública e a distribuição dos recursos publicitários entre as emissoras ainda geram discussões. No entanto, até o momento, a Globo continua sendo a principal beneficiária das verbas federais, consolidando sua influência no cenário midiático brasileiro.
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