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Abstenção em eleição de São Paulo atinge nível recorde em 40 anos

Nunes é reeleito prefeito com a maior taxa de ausência desde a redemocratização, com mais de 2,94 mi de eleitores não comparecendo às urnas.

urna eletronica
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  • A eleição em São Paulo registrou uma abstenção histórica de 31,54%, com mais de 2,94 milhões de eleitores não comparecendo
  • Ricardo Nunes foi reeleito prefeito, superando Boulos, que recebeu pouco mais de 2,3 milhões de votos
  • Os votos nulos e em branco somaram mais de 665 mil, representando 10,42% dos votos, quase 42% dos eleitores não votaram em nenhum candidato
  • A abstenção de 2023 supera o recorde anterior de 30,81% em 2020, evidenciando uma tendência crescente de ausência nas urnas
  • A 1.ª Zona Eleitoral (Bela Vista) teve a maior abstenção (34,81%), enquanto a 397.ª Zona (Jardim Helena) registrou o maior comparecimento (75,72%)
  • O aumento da abstenção ao longo dos anos pode refletir uma insatisfação crescente com a democracia representativa entre os eleitores
  • A menor abstenção desde a redemocratização foi em 1988, com apenas 6,98% de eleitores ausentes, evidenciando a mudança no engajamento ao longo das décadas

Ricardo Nunes foi reeleito prefeito de São Paulo neste domingo (27), em uma eleição marcada por uma abstenção recorde. A capital paulista registrou o maior índice de ausência em um segundo turno desde a redemocratização, com mais de 2,94 milhões de eleitores (31,54%) optando por não comparecer às urnas. Esse número alarmante supera a quantidade de votos recebidos por Guilherme Boulos (PSOL), que obteve pouco mais de 2,3 milhões de votos.

Além disso, os votos nulos e em branco somaram mais de 665 mil (10,42%), abaixo dos 879 mil registrados em 2020, o que significa que quase 42% dos eleitores não votaram em nenhum dos candidatos no segundo turno. Essa tendência de abstenção crescente levanta preocupações sobre a participação política e a satisfação dos cidadãos com o sistema democrático.

A abstenção na eleição deste ano ultrapassa o recorde anterior de 30,81% observado em 2020, quando Bruno Covas (PSDB) e Boulos disputaram o segundo turno.

Em eleições passadas

Nas eleições de 2016, João Dória (PSDB) venceu Fernando Haddad (PT) no primeiro turno, também com uma abstenção de 21,8%. Em 2012, no segundo turno, Haddad derrotou José Serra (PSDB) com um índice de 19,99% de abstenção. Analisando o histórico, em 2008, Gilberto Kassab (PSD) venceu Marta Suplicy (PT) com uma abstenção de 17,54%, enquanto em 2004, quando Marta foi derrotada por Serra, a ausência ficou em 17,55%.

Para alguns analistas, o aumento da abstenção ao longo dos anos pode indicar uma insatisfação crescente com a democracia representativa. A menor abstenção desde a redemocratização foi registrada em 1988, quando Luiza Erundina (PT) derrotou Paulo Maluf (PDS), com apenas 6,98% de eleitores ausentes.

Altas taxas

No primeiro turno, realizado no dia 6, a 1.ª Zona Eleitoral (Bela Vista), na região central, teve a maior abstenção da cidade, com 34,81% dos eleitores não comparecendo. Em contraste, a 397.ª Zona Eleitoral (Jardim Helena), na zona leste, obteve o maior comparecimento, com 75,72%.

As zonas eleitorais centrais, como a Bela Vista e a 3.ª Zona Eleitoral (Santa Ifigênia), continuam a apresentar altas taxas de abstenção nas últimas eleições, com todas registrando mais de 30% de ausência no primeiro turno de 2024. Essa situação evidencia um desafio contínuo para a participação cidadã e o engajamento político na maior cidade do Brasil.

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