O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou nesta sexta-feira (22) o pagamento de R$ 1 bilhão em juros sobre o capital próprio antecipados, conforme documento enviado ao mercado. A medida, que segue o cronograma de pagamentos da instituição, foi aprovada em 13 de novembro e beneficiará seus acionistas no final de 2024.
A distribuição de R$ 0,17649109403 por ação será realizada em 27 de dezembro de 2024, com base na posição acionária do banco em 11 de dezembro de 2024. As ações serão negociadas “ex” a partir de 12 de dezembro de 2024, o que significa que investidores que adquirirem papéis após essa data não terão direito ao pagamento.
Lucro e expectativas para 2025
Em relação ao desempenho financeiro da instituição, as estimativas da XP Investimentos indicam que o Banco do Brasil deverá manter um lucro estável ou com leve crescimento em 2025, se comparado ao ano de 2024. Segundo os analistas, se o percentual de distribuição de dividendos permanecer em 45%, o banco pode realizar uma distribuição total de cerca de R$ 17 bilhões, proporcionando aos acionistas um Dividend Yield (DY) de duplo dígito, o que consolidaria mais um ano de bons retornos para os investidores.
O banco também divulgou recentemente os resultados do terceiro trimestre de 2024, com um lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões, o que representa um aumento de 8,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado por um crescimento da receita, embora tenha sido impactado negativamente por um aumento significativo nas provisões para perdas com empréstimos, principalmente no segmento de agronegócios, que enfrenta um cenário mais desafiador.
Resultados trimestrais e impacto no mercado
Os analistas da XP Investimentos apontam que o crescimento de 8,3% no lucro líquido foi positivo, mas o aumento nas provisões de perdas com empréstimos pesou nos resultados gerais, principalmente devido à alta inadimplência nas operações de crédito no setor agrícola.
“O aumento nas provisões é reflexo da maior cautela do banco frente ao cenário econômico, especialmente no agronegócio, que tem apresentado maior risco de crédito devido ao contexto de juros elevados e desafios no setor”.
afirmam os analistas.
A instituição não descartou a possibilidade de um impacto negativo nas ações, em função dos resultados trimestrais, mas, mesmo assim, mantiveram a recomendação de compra para os papéis BBAS3. “Embora o impacto nas ações seja possível, acreditamos que o Banco do Brasil ainda negocia a múltiplos com desconto, o que representa uma boa oportunidade para investidores que buscam uma operação com potencial de valorização no longo prazo”, ressaltam.