A Cosan não informou quando ou se o IPO será retomado no futuro.
Na quarta-feira (09), a Cosan informou que decidiu não prosseguir nesse momento com a oferta pública inicial de ações (IPO) da subsidiária Moove.
A Moove lançou o IPO na Bolsa de Valores de Nova York no início deste mês, buscando uma avaliação de até US$ 1,94 bilhão.
Segundo informações, a operação daria fim a uma seca de quase três anos de IPOs de empresas brasileiras, tanto no Brasil quanto no exterior.
A Cosan informou que, “em função das condições adversas de mercado, decidiu não prosseguir, nesse momento, com a oferta inicial de ações de sua subsidiária Moove e não informou quando ou se o IPO será retomado no futuro.”
A Moove e parte de seus acionistas buscavam levantar até US$ 437,5 milhões por meio da oferta de 25 milhões de ações a preços entre US$ 14,50 e US$ 17,50 por unidade.
Cosan planeja precificação em outubro
A Cosan deu início ao processo de oferta pública inicial (IPO) de sua subsidiária Moove, especializada na fabricação e venda de lubrificantes, com o protocolo submetido à SEC. Segundo fontes envolvidas, a companhia planeja lançar a oferta na primeira semana de outubro, com precificação prevista para a semana seguinte. Isso marca o primeiro IPO de uma empresa brasileira desde o do Nubank, em dezembro de 2021.
Embora o prospecto não detalhe quanto a Moove pretende captar ou o valuation exato, analistas sugerem que empresas do setor nos EUA são negociadas por múltiplos superiores a 10x EBITDA. Com base nos resultados do primeiro semestre, isso implicaria um valuation próximo de R$ 14 bilhões. No entanto, as empresas costumam realizar IPOs com desconto. Assim, o que pode reduzir o valor de mercado da Moove para cerca de R$ 11,2 bilhões, correspondendo a 8x EBITDA.
Nos primeiros seis meses de 2023, a Moove reportou uma receita de R$ 5,024 bilhões, ligeiramente abaixo do mesmo período no ano anterior. No entanto, o EBITDA subiu 9%, alcançando R$ 690,2 milhões, enquanto o lucro líquido saltou para R$ 237,6 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 58 milhões registrado no ano anterior.
Moove detém exclusividade
A Moove, que detém a exclusividade da marca Mobil no Brasil, é uma das maiores fabricantes e distribuidoras de lubrificantes da América Latina, com atuação também nos Estados Unidos e Europa. A empresa já gera cerca de 50% de sua receita em moedas fortes, resultado de sua expansão internacional. Um dos movimentos mais significativos foi quando adquiriu a PetroChoice por US$ 479 milhões, ampliando sua presença nos EUA, onde o mercado de lubrificantes, altamente fragmentado, movimenta cerca de US$ 33 bilhões por ano.
Atualmente, a Cosan detém 70% da Moove, enquanto os 30% restantes pertencem à CVC Capital Partners, que adquiriu sua participação por R$ 562 milhões em 2018.
No prospecto, a Moove enfatizou sua operação eficiente, com baixos níveis de capex. Focada em uma logística e formulação de produtos otimizadas para reduzir custos.
“Acreditamos que nosso modelo sustenta nosso ROIC e nos permite otimizar nossa base de custos e capex para suportar nossa lucratividade, margem EBITDA e geração de caixa conforme escalamos e penetramos o mercado.”
A empresa informou que o capex, como porcentagem da receita, foi de 1,8% no primeiro semestre de 2024. E, de 1,9%, 1,2% e 0,7% nos anos de 2023, 2022 e 2021, respectivamente, refletindo um controle eficiente de investimentos ao longo dos anos.
Os coordenadores globais da oferta incluem JP Morgan, Bank of America e Citi, com o apoio de Itaú BBA, BTG Pactual e Santander. Além disso, Goldman Sachs, Jefferies e Morgan Stanley também integram o sindicato responsável pela operação.