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XP vê Intelbras como oportunidade de investimento

Intelbras enfrenta queda de 20% após resultados; XP reforça otimismo e destaca potencial de valorização

Intelbras GDI
Intelbras GDI

A ação da Intelbras registrou queda de quase 20% desde a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, no final de outubro, marcando um desempenho bem abaixo do Ibovespa, que recuou apenas 2,6% no mesmo período. O principal motivo para a reação negativa dos investidores foi a redução de 3,1 pontos percentuais na margem bruta anual da companhia, que fechou o trimestre em 32,4%.  

Apesar da forte reação do mercado, a XP Investimentos mantém uma visão positiva sobre a empresa. A corretora reiterou a recomendação de compra (“buy”) para a Intelbras, elevando-a ao status de “top pick” no setor de tecnologia.  

“Prevemos uma inflexão positiva na lucratividade nos próximos trimestres, impulsionada por ajustes de preços e mix, além do foco da empresa na rentabilidade. Em nossa visão, a tese de crescimento estrutural permanece intacta”.

afirmou Bernardo Guttmann, analista da XP ao Brazil Jornal.

Embora mantenha confiança no potencial da Intelbras, a XP reduziu o preço-alvo da ação de R$29 para R$28, devido ao aumento do custo de capital e mudanças nas premissas de receita e margem. Ainda assim, o novo preço-alvo implica em um upside de 71% em relação ao valor atual do papel.  

A queda nas margens, que acendeu o alerta entre investidores, foi atribuída pela XP a fatores temporários. Segundo o relatório, pressões logísticas e a valorização do dólar impactaram negativamente alguns segmentos, como o de segurança.  

Para Guttmann, a preocupação com a margem bruta é “injustificada”. Ele destacou que o resultado está apenas 0,8 ponto percentual abaixo da média dos últimos 15 trimestres, reforçando a resiliência da companhia.  

Perspectivas de crescimento e risco-retorno

A XP projeta um crescimento lucrativo de dois dígitos nos próximos anos, impulsionado especialmente pelos segmentos de segurança e comunicações.  

“A empresa possui direcionadores claros em todos os segmentos que possibilitam um crescimento lucrativo de dois dígitos,” escreveu Guttmann.  

A análise ainda aponta uma assimetria na relação risco-retorno da ação. No preço atual, os investidores estariam subestimando significativamente o potencial de crescimento da Intelbras, com a ação negociando a apenas 8 vezes o lucro estimado para 2025.  

“Acreditamos que a Intelbras pode negociar acima de 10 vezes o lucro, implicando em uma taxa interna de retorno (TIR) superior a 30% para os próximos três anos,” ressaltou o analista.  

Desempenho e valor de mercado

No acumulado dos últimos 12 meses, as ações da Intelbras registraram queda de 18%. Com isso, o valor de mercado da empresa na Bolsa brasileira é de R$ 5,4 bilhões.  

A XP defende que o atual nível da ação representa um “baixo risco de queda” e uma oportunidade para os investidores. Para a corretora, os desafios recentes enfrentados pela Intelbras são transitórios e não comprometem a tese de crescimento de longo prazo da empresa.  

“A empresa está bem posicionada para ajustar seu mix de produtos e preços, o que deve impulsionar uma retomada da lucratividade,” concluiu Guttmann.  

Enquanto isso, o mercado parece continuar em compasso de espera, acompanhando como a Intelbras irá equilibrar margens e crescimento nos próximos trimestres.  

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