O Bitcoin, a maior criptomoeda do mundo em termos de valor de mercado, está atualmente enfrentando uma fase desafiadora, segundo a análise técnica de Ana de Mattos, analista e trader parceira da empresa de blockchain Ripio. Em meio a um mercado caracterizado pela incerteza, Mattos observa que o Bitcoin vem operando dentro de um canal paralelo de baixa desde o dia 8 de agosto, o que tem levado a um viés de queda para o ativo digital.
De acordo com a analista, o Bitcoin está sendo pressionado por uma força vendedora significativa, o que pode empurrar o preço da criptomoeda para novas mínimas. Especificamente, Mattos destaca que o Bitcoin pode testar importantes suportes nos níveis de US$ 52.700 e US$ 48.500, se essa pressão de venda continuar a se intensificar. “O preço do Bitcoin vem trabalhando em um canal paralelo de baixa desde 8 de agosto”, explica Mattos, ressaltando que o mercado pode estar se preparando para novos desafios à medida que o ativo se aproxima dessas zonas de suporte.
Para que o Bitcoin possa inverter essa tendência de baixa e retomar uma trajetória de alta, a analista afirma que seria necessário um rompimento significativo da resistência situada em US$ 62 mil. “Para que o Bitcoin retome a alta, é preciso que o preço rompa a resistência dos US$ 62 mil”, pontua Mattos. Caso esse rompimento ocorra, ela acredita que o Bitcoin poderia buscar resistências de médio e longo prazo nas faixas de preços de US$ 63.600 e US$ 67.380, o que representaria uma recuperação substancial para o ativo.
Entre os fatores que os investidores haviam apontado como potenciais catalisadores de valorização do Bitcoin estava a possibilidade de eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, em novembro. Muitos no mercado acreditavam que o retorno de Trump à Casa Branca poderia ser benéfico para as criptomoedas, dado o suposto apoio do candidato republicano à causa cripto. No entanto, essa expectativa pode ter sido exagerada, segundo alguns especialistas.
Em uma reportagem publicada hoje pelo site especializado Coindesk, um estudo realizado pela FalconX, uma casa de análises americana, sugere que a volatilidade recente do Bitcoin não apresenta uma correlação clara com o desempenho de Trump nas pesquisas de intenção de voto. O estudo mostrou uma “falta de tendência definitiva ou correlação clara entre as variáveis,” questionando a narrativa de que a eleição de Trump poderia ter um impacto significativo nos preços do Bitcoin.
David Lawant, chefe de pesquisa na FalconX, comentou que a relação mais fraca do que o esperado entre o Bitcoin e a política eleitoral dos Estados Unidos pode ser resultado de múltiplos fatores cruzados que afetam os preços da criptomoeda. “Uma razão para essas relações mais fracas do que o esperado podem ser os muitos fatores cruzados que influenciam os preços, como a trajetória da política monetária nos EUA, as preocupações com os futuros excessos de oferta e outros,” declarou Lawant ao CoinDesk.
Além disso, a visão mais flexível adotada pelos democratas em relação às criptomoedas pode ter reduzido a importância das eleições presidenciais como um fator determinante para o preço do Bitcoin. Em vez disso, o mercado parece estar mais focado em fatores macroeconômicos, como a política monetária dos Estados Unidos e o comportamento dos principais investidores institucionais.