Criptomoedas

Galípolo critica preferência de jovens por criptomoedas e apostas

Gabriel Galípolo critica a preferência dos jovens por criptos e apostas esportivas em vez da poupança, destacando preocupações com golpes.

Gabriel Galípolo
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Gabriel Galípolo, economista do Banco Central do Brasil, tem manifestado preocupações crescentes sobre o comportamento financeiro dos jovens brasileiros. Em suas recentes declarações, Galípolo ressaltou que a preferência por criptomoedas e apostas esportivas está ofuscando a tradicional poupança, um instrumento de renda fixa que, embora ainda amplamente utilizado, perdeu atratividade diante da inflação e da volatilidade do mercado.

Durante sua participação no evento Rio Innovation, Galípolo destacou uma tendência alarmante entre os jovens investidores. Eles estão cada vez mais evitando a poupança em favor de alternativas como criptomoedas e apostas esportivas. Esse movimento é impulsionado pela busca por investimentos que prometem retornos mais rápidos e elevados. A preferência por criptomoedas, em particular, está relacionada à valorização do dólar frente ao real, levando muitos brasileiros a investirem em stablecoins para se proteger da volatilidade da moeda local.

Galípolo também mencionou que a demanda por criptomoedas no Brasil é amplamente direcionada para a aquisição de stablecoins, que representam 90% do volume total de criptomoedas no país. Essa busca por segurança em uma moeda forte reflete um desejo de proteção contra as incertezas econômicas e a inflação que tem pressionado o poder de compra dos brasileiros.

Além disso, Galípolo expressou preocupações sobre o impacto das apostas esportivas no mercado financeiro. Ele afirmou que as apostas têm prejudicado o varejo brasileiro e chamaram a atenção do Banco Central, que está monitorando de perto essa situação. As apostas, ainda em fase de regulação, apresentam um risco significativo para investidores, especialmente para os mais jovens, que podem ser atraídos por promessas de ganhos rápidos e fáceis.

A recente exposição ao tema pelas autoridades reflete um esforço maior para proteger os consumidores e garantir que o mercado financeiro brasileiro permaneça estável. Galípolo também destacou que muitos jovens estão caindo em golpes financeiros, impulsionados pela busca de retornos elevados e pela falta de familiaridade com o funcionamento real dos investimentos.

Na mesma semana, Galípolo participou do evento acadêmico Estudos de Política em Pauta, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde abordou a introdução do Drex, a nova moeda digital do Brasil. Em sua palestra, Galípolo destacou o potencial revolucionário do Drex, especialmente no campo do crédito colateralizado.

Galípolo acredita que o Drex, ao possibilitar a tokenização de ativos, pode facilitar a utilização de ativos como garantia para obtenção de recursos. Esse avanço tem o potencial de transformar o mercado financeiro brasileiro ao permitir uma maior flexibilidade e eficiência na utilização dos ativos. A ideia é criar uma infraestrutura pública digital que permita a custódia e transferência de ativos de maneira mais eficiente, substituindo o crédito rotativo e oferecendo novas oportunidades para os investidores.

“Ainda falta uma revolução a ser realizada no crédito colateralizado. A ideia do Drex se associa a isso, permitindo a tokenização de ativos e facilitando o uso desses ativos para alavancar recursos”, afirmou Galípolo. Ele acredita que essa mudança pode proporcionar um avanço significativo no mercado financeiro, melhorando a experiência do cliente e promovendo uma maior inclusão financeira.

O economista do Banco Central também mencionou que o banco está comprometido em acompanhar e adaptar suas políticas para enfrentar as novas tendências e desafios do mercado. A preocupação com a preferência dos jovens por criptomoedas e apostas esportivas ressalta a necessidade de uma abordagem mais educacional e regulatória para garantir que os investidores possam tomar decisões informadas e seguras.

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