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A maior sementeira de soja do Brasil, a Boa Safra Sementes, traz para a B3 (B3SA3) um caso raro de IPO agro. Levando em consideração o piso da faixa indicativa de preços, que vai de R$ 9,90 a R$ 12,60, a companhia possui um valuation de R$ 1,1 bilhão.
Dessa forma, nesse valuation, a empresa negocia a 10x lucro estimado pra 2021 e ainda 5x EV/EBITDA. Sua receita cresceu a uma taxa média de 38% ao ano desde 2018.
De acordo com a Boa Safra, a mesma espera levantar R$ 460 milhões numa oferta 100% primário que irá financiar um grande e ambicioso plano de consolidação. Além disso, o prospecto informa que a HIX Capital ancorou a oferta com um cheque de R$ 80 milhões no piso da faixa.
Sobre a Boa Safra
O negócio da companhia é interessante. Ela opera como um intermediário entre multinacionais de genética e os fazendeiros de soja. Portanto, licencia a biotecnologia dessas multinacionais e multiplica a genética em escala comercial. Hoje a Boa Safra possui 160 produtores integrados e cinco fábricas de processamento.
Contudo, mesmo sendo líder no Brasil, seu market share é de apenas 5,7%. Assim sendo, um dos pontos levantados para dar ajudar no IPO foi sua capacidade de consolidar um mercado pulverizado. De acordo com a Boa Safra, a expectativa é quadruplicar sua capacidade produtiva até 2026. Dessa forma, chegando a 9,5 milhões de sacos com a ampliação das fábricas que possui e abrindo mais cinco.
Nos últimos 10 anos, a receita da Boa Safra multiplicou por 20x. Em 2020 faturou R$ 589 milhões e somou um EBITDA de R$ 105 milhões. Desse modo, o lucro líquido ficou em R$ 70 milhões com um ROE de 65,5%.
Por fim, vale destacar que o índice de germinação da Boa Safra foi superior à média do setor, de 94,1% e 85%, respectivamente, de acordo com o Ministério da Agricultura. O índice mede quantas sementes que foram plantadas de fato germinam.
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