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Em 2023, o lucro combinado das cinco principais estatais federais – Petrobras, Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal e Correios – totalizou R$ 182,1 bilhões. Uma queda de 24% em comparação com o ano anterior, quando atingiram R$ 241,1 bilhões.
A redução no desempenho se deve principalmente à queda no lucro da Petrobras, que diminuiu 33%, passando de um recorde de R$ 188,3 bilhões em 2022 para R$ 124,6 bilhões em 2023. O BNDES também registrou um resultado 5% menor do que em 2022, passando de R$ 12,5 bilhões para R$ 11,9 bilhões em 2023.
Por outro lado, o BB alcançou um lucro recorde de R$ 35,6 bilhões em 2023, representando um crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior. A Caixa Econômica Federal também teve um aumento em seu desempenho, atingindo R$ 10,6 bilhões em lucro, um aumento de 15,5% em relação a 2022.
Demais registros
Os Correios registraram um prejuízo de R$ 597 milhões em 2023, 22% menor que o déficit do ano anterior, que foi de R$ 768 milhões.
A Petrobras atribuiu, portanto, seus resultados à variação negativa do preço internacional do petróleo (Brent), que caiu 18%, e do preço do diesel em relação ao petróleo (crackspread), que caiu 23%. Isso também afetou outras grandes petroleiras do mundo.
No caso do BNDES, devoluções de valores ao Tesouro em 2022 impactaram seus resultados. Sem essas devoluções, o lucro teria sido R$ 1,1 bilhão maior em 2023.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, no entanto, obtiveram maiores receitas com operações de crédito. Os Correios, contudo, implementaram medidas de gestão que melhoraram processos, como a adoção de tecnologias, resultando em uma redução de perdas. Para 2024, os Correios estimam um lucro de R$ 150 milhões.
Ainda, no caso do BNDES, o diretor Financeiro Alexandre Abreu explicou que as devoluções de valores ao Tesouro realizadas em 2022 impactaram o resultado. Ele afirmou que, caso essas devoluções não tivessem ocorrido, o resultado teria sido R$ 1,1 bilhão maior em 2023, mostrando um aumento em vez de uma queda em relação ao ano anterior.
Durante a apresentação dos resultados em 2023, o BNDES revelou que seu caixa livre iniciou 2022 com R$ 90 bilhões, caindo para R$ 16 bilhões no início de 2023 e sendo recuperado para R$ 34 bilhões no último trimestre do ano.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, portanto, aumentaram suas receitas por meio de diversas operações, especialmente as relacionadas ao crédito. Os Correios conseguiram reduzir suas perdas, através da implementação de medidas de gestão, como a adoção de tecnologias. A empresa, contudo, estima um lucro de R$ 150 milhões para 2024.
Resultado deficitário de estatais em 2023 preocupa autoridades econômicas, revela relatório do Banco Central
O Banco Central do Brasil divulgou um relatório alarmante sobre o desempenho das estatais no ano de 2023. De acordo com os dados apresentados, essas empresas enfrentaram um déficit de R$ 2,3 bilhões, representando o pior resultado em 8 anos.
Esse rombo, portanto, é significativamente superior ao registrado em 2016, quando o déficit atingiu R$ 1 bilhão. Um ponto de destaque é o desempenho das estatais federais, que responderam por mais da metade do déficit do ano passado, totalizando cerca de R$ 1,3 bilhão. Esta é uma reversão drástica em relação ao superavit de R$ 4,8 bilhões em 2022. As estatais estaduais também não escaparam dessa tendência negativa, enfrentando o pior desempenho em comparação com anos anteriores.
Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, destacou que as empresas estatais, em todos os níveis de governo, precisaram de mais apoio financeiro e não conseguiram gerar receitas suficientes para sustentar suas operações. Essa situação levanta preocupações sobre a gestão e a viabilidade financeira das estatais, demandando medidas urgentes para reverter esse cenário preocupante.
Essas inquietações foram amplamente discutidas durante eventos recentes, incluindo um realizado pela Petrobras em Nova York, onde a relação entre empresas estatais e o governo foi um tema central. Investidores e analistas estrangeiros, no entanto, questionaram a convivência da petroleira com o governo, buscando entender a extensão da interferência estatal na empresa.
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