Análise

Santander eleva recomendação de Ambev (ABEV3)

Santander eleva recomendação para Ambev (ABEV3) com expectativa de valorização de 28%

Santander eleva recomendação de Ambev (ABEV3)

O Santander (SANB11) revisou sua recomendação para as ações da Ambev (ABEV3), elevando-a de “neutro” para “compra” nesta terça-feira (17), em meio a uma série de ajustes nas projeções para 2025. Além disso, o banco aumentou o preço-alvo das ações da companhia de R$14 para R$16, o que representa um potencial de valorização de 28% com base no fechamento do dia anterior, quando as ações estavam cotadas a R$12,50.

Em reação à revisão, as ações da Ambev registraram um dos maiores avanços do Ibovespa no pregão de hoje. Por volta das 15h30 (horário de Brasília), os papeis da empresa subiam 1,56%, alcançando R$13,04. O movimento confirma a reação positiva do mercado às perspectivas mais otimistas em relação à companhia.

Segundo os analistas do Santander, a decisão de melhorar a recomendação reflete uma visão mais favorável das condições de mercado para a Ambev. O cenário competitivo no setor de cervejas, impulsionado pela crise financeira da Petrópolis, terceira maior cervejaria do Brasil, parece favorável à gigante do setor.

“Acreditamos que a história do patrimônio líquido da Ambev funciona como uma jogada desalavancada, com um impulso nos lucros e manutenção de uma posição de caixa líquido”.

disseram os analistas em relatório.

Além disso, a Ambev se beneficia de um portfólio de marcas fortes e de maior valor agregado, o que permite um repasse mais eficiente dos custos — uma vantagem em relação a concorrentes que enfrentam dificuldades financeiras. A Petrópolis, que tem 15% de participação de mercado, está vendo sua situação se deteriorar, o que tem criado uma janela de oportunidade para a Ambev.

Crise da Petrópolis e impactos no setor de cerveja

A crise financeira da Petrópolis, que entrou em recuperação judicial no início deste ano, foi um fator chave na mudança de cenário para a Ambev. A Petrópolis havia adotado uma estratégia agressiva para reduzir a capacidade ociosa de suas fábricas, com foco no aumento de descontos e na conquista de participação no mercado de baixo custo, especialmente com sua marca Itaipava.

Entretanto, uma série de desafios – como a depreciação do real frente ao dólar, o aumento nos custos de matérias-primas como o alumínio e a dificuldade de acesso ao mercado – levou a Petrópolis a uma situação de margem reduzida. A empresa agora recuou, diminuindo os descontos e concentrando-se nas plantas mais eficientes. Esse movimento, segundo o Santander, deve resultar em um melhor repasse de preços, beneficiando a Ambev ao mesmo tempo que contribui para uma recuperação gradual da participação de mercado da Petrópolis.

Perspectivas para 2025: setor de cerveja e expectativas do Santander

O Santander projeta que o setor de cerveja passará por uma “mudança drástica” nos próximos anos, influenciada pela recuperação judicial da Petrópolis e pelas tendências econômicas no Brasil, incluindo um ambiente de inflação de custos e altas nas taxas de juros.

A análise do banco sugere que, em 2025, o poder de precificação das grandes marcas, como a Ambev, aliado à sólida posição financeira da empresa, será fundamental para manter a competitividade no setor. O banco também destaca que a demanda por produtos de mercearia seca, como cervejas, deve se manter robusta, o que deverá contribuir para a estabilidade e crescimento da Ambev.

Com base nas atuais condições do mercado, o Santander prevê que a Ambev se beneficiará da recuperação gradual da Petrópolis e da capacidade de repassar custos com maior facilidade. No entanto, a empresa ainda enfrentará desafios relacionados à inflação e aos custos de produção, fatores que exigem vigilância para garantir a continuidade de sua performance positiva.

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