Risco Corporativo

B3 tem 17 empresas em recuperação judicial em 2025; investidores devem redobrar atenção

B3 reúne 17 empresas em recuperação judicial em 2025. Entre os nomes estão Americanas, Oi e Marisa. Especialistas recomendam cautela e diversificação de carteira.

B3
Crédito: Depositphotos
  • Entre os nomes estão companhias como Americanas, Oi, Light e Saraiva.
  • Desafios vão além do varejo e envolvem energia, educação e telecomunicações.
  • Especialistas alertam para riscos, falta de transparência e volatilidade elevada.

Atualmente, 17 companhias listadas na Bolsa de Valores brasileira (B3) estão em processo de recuperação judicial, conforme levantamento publicado nesta quarta-feira (26). O número expõe um cenário de fragilidade entre as empresas abertas e reforça a necessidade de atenção redobrada por parte de investidores, principalmente os de perfil conservador.

Situação afeta desde grupos varejistas até o setor industrial

A lista de empresas em reestruturação judicial inclui nomes conhecidos do mercado, como Americanas (AMER3), Oi (OIBR3), Marisa (AMAR3) e Light (LIGT3). Além delas, outros grupos de menor capitalização também enfrentam processos semelhantes, como Saraiva (SLED4), Inbrands (INBR3) e Kroton (COGN3) — esta última por meio da controladora Somos Educação.

Essas companhias atuam em segmentos variados, que vão desde o varejo e telecomunicações até a energia elétrica e educação. Portanto, o problema não se concentra em somente um setor específico, mas indica desafios mais amplos de liquidez, gestão e adaptação a um ambiente macroeconômico adverso.

Além disso, algumas empresas já tiveram ações suspensas ou retiradas do Novo Mercado por descumprimento de obrigações com credores e acionistas. Esse movimento reduziu ainda mais a liquidez desses papéis e aumentou os riscos para quem ainda os mantém em carteira.

Recuperação judicial não significa falência, mas exige cautela

A entrada em recuperação judicial tem como objetivo evitar a falência e permitir que a empresa reorganize suas finanças com respaldo jurídico. Contudo, esse processo costuma impactar diretamente os investidores, já que as ações de empresas em RJ tendem a perder valor e sofrem com forte oscilação.

Segundo especialistas, esse tipo de evento muda o perfil de risco do papel, mesmo para os investidores acostumados com volatilidade. A falta de previsibilidade sobre o futuro da companhia, os atrasos em divulgação de balanços e a possibilidade de conversão de dívidas em ações contribuem para ampliar a instabilidade.

Portanto, quem mantém papéis dessas empresas precisa acompanhar de perto cada decisão judicial e as assembleias de credores, pois essas etapas influenciam diretamente o plano de reestruturação e, por consequência, o valor de mercado das ações.

Investidores devem analisar fundamentos e exposição ao risco

De acordo com analistas do mercado, o investidor deve tratar empresas em recuperação judicial com máxima cautela. Antes de realizar qualquer operação, é essencial avaliar o histórico de governança da companhia, o andamento do processo judicial e a viabilidade de sua reestruturação.

Além disso, a recomendação geral é diversificar a carteira e limitar a exposição a ativos considerados de alto risco. Investidores iniciantes ou com perfil moderado devem evitar aplicações nesse tipo de ação, mesmo que os papéis apresentem quedas acentuadas e, à primeira vista, pareçam oportunidades.

Em paralelo, plataformas de análise e corretoras reforçam que a transparência de informações financeiras tende a ser menor durante o período de recuperação judicial. Isso dificulta estimativas de valuation e prejudica a tomada de decisão baseada em fundamentos sólidos.

Casos emblemáticos reforçam necessidade de educação financeira

Situações como a da Americanas — envolvida em um escândalo contábil bilionário no início de 2023 — e a da Oi, que enfrenta a sua segunda recuperação judicial em menos de dez anos, reforçam a importância da educação financeira nos dias atuais. Muitos investidores de varejo mantiveram posições relevantes nessas ações sem considerar os riscos associados.

Dessa forma, especialistas recomendam que o investidor mantenha atenção aos alertas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), aos relatórios de auditoria e às notas divulgadas pelas próprias empresas. A leitura crítica dessas informações pode evitar prejuízos maiores no longo prazo.

Luiz Fernando
Estudante de Jornalismo, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.