Na noite da última quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a para 12,25% ao ano. A decisão, que já era esperada pelo mercado, representa a terceira alta consecutiva e reflete a estratégia do Bacen para combater a inflação, que ultrapassou o teto da meta de 4,87% no acumulado dos últimos 12 meses.
Embora o mercado esperasse um aumento menor, de 0,75 ponto percentual, a medida adotada surpreendeu e sinaliza que o Banco Central está determinado a controlar a inflação e estabilizar a economia. Além disso, o Bacen indicou que outras duas altas de 1 ponto percentual podem ocorrer nas próximas reuniões, o que pode levar a Selic a 14,25% ao ano até o primeiro semestre de 2025.
Mercado reage positivamente, mas desafios permanecem
Para Bruno Corano, economista da Corano Capital, a decisão de elevar a taxa em 1 ponto percentual foi uma surpresa positiva.
“Parte do mercado acreditava que a alta seria de 0,5 ponto, outros imaginavam 0,75%, mas poucos esperavam um aumento de 1 ponto. Essa medida forte é uma tentativa de resolver rapidamente os problemas econômicos”.
Afirmou o economista.
Corano destacou ainda que a decisão unânime entre os membros do Copom demonstra a coesão na política monetária, mesmo com a atual gestão do Banco Central sendo indicada pelo governo federal.
No entanto, o economista fez uma crítica à situação econômica do Brasil, ressaltando que o aumento de juros é uma consequência da “ineficiência da gestão do governo”, apontando que os problemas econômicos do país não são exclusivamente resultado da política monetária, mas também de falhas na gestão pública.