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- Dólar à vista sobe 0,64%, cotado a R$ 5,793 na venda
- Inflação brasileira supera mês anterior, mas vem abaixo das expectativas
- Planos tarifários de Donald Trump elevam cautela nos mercados
A cotação do dólar avançou frente ao real nas primeiras negociações desta terça-feira, ampliando os ganhos da véspera.
O movimento ocorre em meio à divulgação de novos dados de inflação no Brasil e às expectativas em torno das políticas tarifárias do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso ele retorne ao cargo.
Inflação brasileira
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 1,23% em fevereiro, acima da alta de 0,11% registrada em janeiro. Apesar do avanço, o resultado ficou abaixo da expectativa de 1,33%, conforme pesquisa da Reuters.
O dado impactou o mercado cambial, uma vez que a inflação influencia as decisões do Banco Central sobre a taxa básica de juros, a Selic.
Com a inflação abaixo das projeções, analistas avaliam que o Banco Central pode manter o ritmo de cortes na Selic ao longo do ano, o que tende a reduzir o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos, fator que pressiona o real.
Cotação do dólar em alta
Às 9h10, o dólar à vista registrava alta de 0,64%, sendo cotado a R$ 5,793 na venda e R$ 5,792 na compra. Na B3, o contrato de dólar futuro para março, o mais negociado no momento, avançava 0,28%, aos 5.789 pontos.
Na segunda-feira, o dólar à vista já havia subido 0,42%, encerrando o dia a R$ 5,7546. O dólar comercial, por sua vez, era negociado a R$ 5,754 tanto na compra quanto na venda, enquanto o dólar turismo estava a R$ 5,785 na compra e R$ 5,965 na venda.
Cenário internacional
Além dos dados de inflação no Brasil, o mercado de câmbio também reage às notícias vindas dos Estados Unidos. Donald Trump, em sua campanha para as eleições de 2024, tem sinalizado a possibilidade de adotar novas tarifas sobre produtos importados.
Esse posicionamento gera incertezas no comércio global, elevando a demanda por ativos considerados mais seguros, como o dólar.
O temor de uma escalada protecionista nos EUA impacta especialmente os países emergentes, como o Brasil. No entanto, que dependem das exportações para sustentar o crescimento econômico. Esse cenário reforça a valorização da moeda norte-americana frente ao real.
Atuação do Banco Central
Nesta sessão, o Banco Central realiza um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional, com objetivo de rolagem do vencimento previsto para 1º de abril de 2025. Essa operação, no entanto, busca oferecer liquidez ao mercado e conter oscilações bruscas na cotação do dólar.
A combinação da inflação brasileira, abaixo das expectativas, com o cenário internacional marcado por incertezas tarifárias nos Estados Unidos, mantém o dólar em trajetória de alta.
Os próximos movimentos da moeda dependerão da evolução dos indicadores econômicos e das sinalizações do Banco Central sobre os próximos passos da política monetária.