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- Dólar à vista recua 0,36%, cotado a R$ 5,710 na venda
- Banco Central realiza leilão de até 20 mil contratos de swap cambial
- Investidores aguardam dados econômicos globais e planos de Trump
O dólar à vista iniciou a semana em baixa frente ao real, refletindo a expectativa dos investidores em relação aos próximos indicadores econômicos e às possíveis mudanças tarifárias do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Às 9h22 desta segunda-feira (horário de Brasília), o dólar à vista (BRBY) recuava 0,36%, sendo negociado a R$ 5,710 na venda. Paralelamente, o contrato de dólar futuro para primeiro vencimento (DOLc1), negociado na B3, apresentava queda de 0,41%, atingindo 5.717 pontos.
O desempenho do dólar nesta sessão ocorre após uma valorização de 0,45% registrada na última sexta-feira. Contudo, quando a moeda encerrou o dia cotada a R$ 5,7304. Na semana anterior, o dólar acumulou um ganho de 0,58%, interrompendo uma sequência de sete semanas consecutivas de quedas.
Leilão de swap cambial
O Banco Central do Brasil também movimenta o mercado cambial nesta segunda-feira ao realizar um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional. A operação tem como objetivo a rolagem dos contratos com vencimento em 1º de abril de 2025. Assim, o que contribui para a oferta de liquidez e estabilidade do câmbio.
Os contratos de swap cambial permitem ao Banco Central influenciar o mercado sem necessidade de intervenção direta nas reservas internacionais. Essas operações são utilizadas tanto para suavizar a volatilidade cambial quanto para sinalizar a política monetária da instituição.
Cotação do dólar
Além do desempenho do dólar à vista e futuro, o mercado acompanha as cotações do dólar comercial e do dólar turismo. Nesta segunda-feira:
- Dólar Comercial:
- Compra: R$ 5,709
- Venda: R$ 5,710
- Dólar Turismo:
- Compra: R$ 5,77
- Venda: R$ 5,95
A diferença entre as cotações do dólar comercial e do dólar turismo decorre dos custos adicionais das operações cambiais para pessoas físicas. Dessa forma, incluindo taxas e impostos.
Expectativa com planos tarifários dos EUA
O mercado financeiro também monitora os desdobramentos da política econômica dos Estados Unidos, especialmente em relação aos planos tarifários de Donald Trump.
O ex-presidente, que busca retornar à Casa Branca nas eleições de novembro, sinalizou a possibilidade de impor novas tarifas comerciais. Contudo, o que poderia impactar o comércio global e os fluxos de capital.
As declarações de Trump são analisadas com cautela pelos investidores, uma vez que mudanças nas tarifas norte-americanas podem afetar a demanda por exportações de países emergentes, como o Brasil.
Além disso, políticas protecionistas tendem a fortalecer o dólar. Assim, pressionando as moedas de economias em desenvolvimento.
Semana de indicadores econômicos
A semana será marcada pela divulgação de importantes indicadores econômicos nos Estados Unidos, na Europa e na China, além de dados domésticos que podem influenciar a trajetória do real.
Nos EUA, o mercado aguarda os números de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI), que terão impacto nas expectativas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed).
Na Europa, a atenção se volta para o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, enquanto na China serão divulgados dados de produção industrial e vendas no varejo, fornecendo sinais sobre o ritmo de recuperação da segunda maior economia do mundo.
No Brasil, o mercado acompanha a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, além dos números do setor de serviços e das vendas no varejo.
Esses indicadores ajudam a traçar um panorama da economia brasileira, influenciando as expectativas sobre a política monetária do Banco Central.
Perspectivas para o câmbio
Os analistas preveem que o dólar deve continuar oscilando ao longo da semana, influenciado pelos dados econômicos globais e pelas expectativas em relação às decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.
O cenário externo, especialmente as sinalizações do Federal Reserve, tende a ter maior peso sobre a cotação da moeda norte-americana, enquanto o mercado local segue atento às ações do Banco Central brasileiro e ao desempenho da economia nacional.