- O dólar despencou frente ao real nesta quinta-feira (3), pressionado pela liquidação da divisa no mercado internacional e se aproximando da marca de R$ 5,60
- A queda reflete as novas tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump e as apostas em cortes mais agressivos dos juros pelo Federal Reserve
- A moeda americana ampliou suas oscilações, reforçando a instabilidade no mercado cambial brasileiro
O dólar registrou uma forte queda frente ao real nesta quinta-feira (3), refletindo a ampla liquidação da divisa no mercado internacional.
A desvalorização ocorre em meio ao impacto das novas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além das crescentes apostas em cortes de juros mais agressivos pelo Federal Reserve (Fed). Com isso, a moeda americana se aproxima dos R$ 5,60, ampliando as oscilações no cenário cambial.
Tarifas comerciais de Trump sacodem os mercados
Os mercados globais reagiram negativamente ao pacote tarifário de Trump, anunciado na quarta-feira (2). O presidente dos EUA determinou a aplicação de uma tarifa mínima de 10% sobre todos os exportadores para os EUA. Ainda, com taxas maiores para cerca de 60 países.
A decisão, que visa combater desequilíbrios comerciais, desencadeou promessas de retaliação por parte do Canadá, China e União Europeia, elevando as tensões comerciais globais.
O impacto das tarifas nos mercados foi imediato, provocando uma maior aversão ao risco entre investidores. Com o temor de uma nova escalada na guerra comercial, ativos de mercados emergentes, como o real, se valorizaram diante da fuga de capitais do dólar.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda em relação a outras seis principais divisas, caiu 1,9%, atingindo 101,88 pontos, seu menor patamar desde outubro.
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Apostas em cortes de juros pelo Fed aumentam
A decisão de Trump também alimentou especulações sobre a necessidade de medidas adicionais do Fed para impulsionar a economia dos EUA. Investidores estão precificando uma política monetária mais expansionista, com cortes de juros mais agressivos para conter uma possível desaceleração econômica.
Esse movimento pressiona ainda mais o dólar para baixo, uma vez que taxas de juros mais baixas tornam os ativos denominados na moeda americana menos atrativos para investidores globais.
O cenário também pode afetar o mercado de renda fixa, com um possível impacto positivo sobre os mercados emergentes, que se tornam mais competitivos frente aos EUA.
Cenário doméstico e impacto no real
No Brasil, a queda do dólar ocorre em um momento de atenção para o cenário político e econômico. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quinta-feira do evento “O Brasil dando a volta por cima”, no qual pretende fazer um balanço dos dois primeiros anos de seu governo.
A apresentação ocorre em meio à sua recente queda de popularidade, o que pode influenciar as expectativas dos investidores sobre o futuro econômico do país.
Além disso, o mercado aguarda a divulgação do índice de atividade do setor de serviços dos EUA pelo Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM), que pode reforçar as tendências do dólar no curto prazo.
Com esse cenário global volátil, os investidores seguem atentos às próximas movimentações do governo americano. E, ainda, às suas consequências para o mercado cambial e para a economia mundial.
