Câmbio em Alta

Dólar dispara para R$ 6,06 com guerra comercial

Dólar supera R$ 6 em meio à intensificação da guerra comercial global, afetando mercados e elevando incertezas econômicas.

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  • O dólar operou acima de R$ 6, alcançando R$ 6,06, devido às crescentes tensões comerciais globais.
  • A China impôs tarifas de 84% sobre produtos dos EUA em resposta às tarifas americanas de 104% sobre produtos chineses.
  • O Ibovespa caiu 0,72%, refletindo a volatilidade nos mercados internacionais diante da guerra comercial.

O dólar voltou a operar acima de R$ 6 nesta quarta-feira (9), refletindo as crescentes tensões comerciais entre as maiores economias mundiais.

A moeda norte-americana registrou alta de 0,9%, sendo cotada a R$ 6,06, enquanto os mercados financeiros enfrentam volatilidade diante de novas tarifas impostas e retaliadas por diversos países.

Impacto das novas tarifas no câmbio

A recente imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, elevando as taxas para 104%, desencadeou uma série de retaliações por parte da China e de outros parceiros comerciais. A China anunciou tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos, intensificando o clima de incerteza nos mercados globais.

Essa escalada protecionista tem pressionado moedas de países emergentes, como o real brasileiro. A valorização do dólar reflete a busca dos investidores por ativos considerados mais seguros em momentos de turbulência econômica.

Além disso, a expectativa de desaceleração do comércio internacional contribui para a desvalorização das moedas de economias dependentes de exportações.

O cenário também leva analistas a preverem possíveis novas rodadas de intervenções cambiais por parte de bancos centrais de países emergentes, como forma de conter a volatilidade excessiva.

Reações dos mercados financeiros

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, apresentou queda de 0,72%, atingindo 123.060 pontos, acompanhando o movimento de baixa observado em outras bolsas internacionais.

Logo, a aversão ao risco tem levado investidores a reavaliar suas posições em mercados acionários, favorecendo a migração para ativos mais seguros, como títulos do Tesouro dos EUA.

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street também registraram perdas significativas. O S&P 500 recuou 1,57%, o Nasdaq caiu 2,15% e o Dow Jones teve uma baixa de 0,84%. Esses movimentos refletem a preocupação dos investidores com os possíveis impactos das disputas comerciais na economia global.

Perspectivas para a economia brasileira

A valorização do dólar tem implicações diretas na economia brasileira, especialmente no que diz respeito à inflação e ao custo de vida. Produtos importados tornam-se mais caros, pressionando os preços internos e afetando o poder de compra da população.

Além disso, empresas com dívidas denominadas em dólar enfrentam aumento em seus passivos financeiros.

Por outro lado, um real mais desvalorizado pode favorecer setores exportadores, tornando os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.

No entanto, a volatilidade cambial e a instabilidade nos mercados globais podem neutralizar esses possíveis benefícios. Em consequência disso, os agentes econômicos adotam uma postura mais cautelosa.

Medidas adotadas por outras economias

A União Europeia anunciou a implementação de tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos, previstas para entrar em vigor em 15 de abril.

Essa decisão é uma resposta às medidas protecionistas adotadas por Washington e evidencia a ampliação das disputas comerciais para além do eixo EUA-China.

Além disso, o presidente do Banco Central dos EUA alertou que o aumento das tarifas pode levar a uma inflação mais alta, ressaltando os riscos de uma guerra comercial prolongada para a economia norte-americana.

Desse modo, governos de países asiáticos e latino-americanos também manifestaram preocupação com o impacto das tarifas em suas cadeias produtivas.

Conclusão

A escalada das tensões comerciais entre as principais economias mundiais tem gerado impactos significativos nos mercados financeiros e cambiais.

Nesse contexto, a valorização do dólar acima de R$ 6 reflete a incerteza e a aversão ao risco por parte dos investidores.

Portanto, o cenário atual exige cautela e monitoramento constante por parte de governos e agentes econômicos, visando mitigar os efeitos adversos dessas disputas na economia global.

Luiz Fernando
Estudante de Jornalismo, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.