Dólar fecha em alta histórica de R$6,10 após oscilações e intervenção do BC

Dólar encerra dia em alta de 0,10%, atingindo maior valor nominal de fechamento da história

O dólar encerrou o dia com alta de 0,10%, cotado a R$6,0982, atingindo o maior valor nominal de fechamento da história, após oscilações durante toda a sessão desta terça-feira (17). A moeda norte-americana chegou a registrar uma máxima de R$ 6,207 no início do pregão, antes de recuar após declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, que anunciou a votação da reforma tributária e do PLP 210, projeto de lei do pacote fiscal, no Congresso Nacional.

Oscilações durante o dia

A cotação da divisa variou ao longo do dia, atingindo os R$ 6,20 logo no início, mas recuando para R$ 6,169 por volta das 13h. Durante a tarde, o dólar entrou em campo negativo e permaneceu abaixo da marca de R$ 6,10 até os minutos finais da sessão, quando fechou a R$ 6,0982, representando uma alta de 0,10% em relação ao fechamento anterior.

O Banco Central, por sua vez, atuou no mercado cambial para conter a volatilidade, realizando dois leilões de venda de dólares à vista. No primeiro, a autoridade monetária comercializou US$ 2,015 bilhões. Esse movimento ajudou a estabilizar a moeda, que ainda se manteve instável durante a maior parte da tarde.

Impacto das políticas monetária e fiscal

O comportamento do dólar foi influenciado pelas recentes declarações do Banco Central, que, em sua ata publicada hoje, apontou uma deterioração em componentes-chave da economia brasileira, como câmbio, inflação e as expectativas de mercado. O BC também destacou o impacto do aumento do crédito e das políticas fiscais, fatores que estariam diminuindo o efeito do aperto monetário.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e sinalizou mais dois aumentos do mesmo porte no próximo ano. O movimento de alta nos juros é uma tentativa de conter a inflação e reduzir os efeitos de uma política fiscal expansiva que, segundo o BC, tem impactado a eficácia da política monetária.