
- O dólar à vista recua 0,17% nesta terça-feira (15), cotado a R$ 5,841, em um dia de alívio nos mercados internacionais
- O presidente Donald Trump declarou que estuda modificar as tarifas de 25% sobre importações de automóveis e autopeças
- O BC realiza leilão de até 20 mil contratos de swap cambial para rolagem de vencimentos de maio de 2025
Às 9h12, o dólar à vista operava em baixa de 0,17%, cotado a R$ 5,840 na compra e R$ 5,841 na venda. Ao mesmo tempo, na B3, o contrato de dólar futuro com vencimento mais próximo recuava 0,29%, aos 5.857 pontos.
O movimento de baixa acompanha uma melhora no sentimento global, após o presidente Donald Trump afirmar que considera alterar as tarifas de 25% aplicadas sobre a importação de automóveis e autopeças provenientes do México, Canadá e outros países aliados.
A fala de Trump, feita na segunda-feira, ampliou o otimismo iniciado na última sexta-feira, quando a Casa Branca anunciou a isenção de smartphones, computadores e outros eletrônicos das tarifas recíprocas que vêm sendo aplicadas como parte da guerra comercial.
A decisão buscou aliviar a pressão sobre consumidores e empresas dos EUA em ano eleitoral e sinaliza possível recuo na postura agressiva das tarifas.
A possibilidade de uma trégua nas disputas comerciais impulsiona moedas emergentes como o real, ainda que de forma moderada. Diante da persistente cautela dos investidores com o cenário fiscal interno e com os desdobramentos geopolíticos.
Banco Central atua para reduzir volatilidade
Para conter eventuais oscilações excessivas no mercado de câmbio, o Banco Central brasileiro anunciou a realização de um leilão de até 20.000 contratos de swap cambial tradicional nesta terça-feira.
A operação tem como objetivo rolar os contratos com vencimento em 2 de maio de 2025. Dessa forma, reforçando o compromisso da autoridade monetária com a liquidez do mercado e a previsibilidade dos agentes econômicos.
Os contratos de swap cambial funcionam como uma espécie de venda futura de dólares e são utilizados pelo BC para fornecer proteção cambial ao mercado. Em momentos de estresse ou de aumento na demanda por moeda estrangeira, como tem ocorrido diante das incertezas globais, essas operações ajudam a suavizar a trajetória do câmbio.
A atuação do BC contribui para limitar pressões sobre o dólar comercial, que nesta sessão é negociado a R$ 5,840 na compra e R$ 5,841 na venda. Já o dólar turismo apresenta cotação mais elevada, com a moeda sendo vendida a R$ 6,079 e comprada a R$ 5,899. Dessa forma, refletindo os custos adicionais de conversão e tributos.
Investidores monitoram cenário internacional
Apesar da leve queda do dólar nesta manhã, o ambiente ainda é de incerteza, e os investidores seguem atentos aos próximos passos da política comercial norte-americana. A possibilidade de novas medidas protecionistas ou de mudanças no discurso da Casa Branca pode gerar reações bruscas nos mercados emergentes.
Além disso, o cenário doméstico segue exigindo cautela, com atenção voltada para a política fiscal, inflação e possíveis alterações na política monetária. A combinação desses fatores torna o câmbio altamente sensível a qualquer sinal vindo tanto do exterior quanto do ambiente político-econômico brasileiro.
Enquanto isso, a postura mais moderada do presidente Trump, ao sugerir ajustes em tarifas que afetam parceiros estratégicos dos EUA, pode abrir espaço para uma trégua comercial. E, por consequência, reduzir a aversão ao risco global no curto prazo. Ainda assim, o mercado opera com prudência, aguardando novas definições antes de assumir posições mais firmes.