- Dólar abre o dia em leve baixa de 0,03%, cotado a R$ 5,732
- IPCA-15 sobe 0,64% em março, abaixo das expectativas do mercado
- Banco Central reduz previsão de crescimento econômico para 2025
O dólar à vista iniciou a sessão desta quinta-feira (27) oscilando próximo à estabilidade. Dessa forma, refletindo a reação dos investidores aos novos dados de inflação no Brasil e à divulgação do Relatório de Política Monetária do Banco Central.
Paralelamente, o mercado também monitora os desdobramentos das novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Dólar segue estável com leve viés de baixa
Nos primeiros minutos de negociação, às 9h10, o dólar comercial operava com queda de 0,03%, cotado a R$ 5,731 para compra e R$ 5,732 para venda. Já o dólar futuro para abril, o contrato mais líquido da B3, recuava 0,10%, para R$ 5,735.
No segmento de turismo, utilizado para compras internacionais e viagens, a moeda era negociada a R$ 5,757 para compra e R$ 5,937 para venda.
A estabilidade da moeda americana reflete a incerteza do mercado diante de indicadores econômicos contrastantes e das medidas protecionistas nos Estados Unidos. Contudo, que podem impactar o fluxo global de investimentos.
Inflação abaixo do esperado surpreende o mercado
A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) mostrou que a inflação avançou 0,64% em março, desacelerando em relação ao aumento de 1,23% registrado no mês anterior.
O resultado, portanto, ficou abaixo das projeções de economistas consultados pela Reuters. Que esperavam uma alta de 0,7% no mês e um acumulado anual de 5,3%.
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A desaceleração da inflação pode reforçar as apostas do mercado em cortes mais agressivos na taxa de juros nos próximos meses. Assim, impactando diretamente a atratividade do real frente ao dólar.
Banco Central reduz previsão de crescimento para 2025
O Banco Central também divulgou nesta quinta-feira o Relatório de Política Monetária, reduzindo sua projeção de crescimento do PIB para 2025. A nova estimativa é de 1,9%, abaixo da previsão anterior de 2,1%, divulgada em dezembro de 2024.
O relatório também alertou para a persistência da inflação acima do teto da meta ao longo deste ano, o que pode limitar a flexibilização da política monetária e manter os juros elevados por mais tempo.
Para detalhar o documento e responder a questionamentos do mercado, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, concederão uma entrevista coletiva às 11h desta quinta-feira.
Cenário internacional e impactos no câmbio
A política econômica dos Estados Unidos também segue no radar dos investidores. O presidente Donald Trump anunciou, no entanto, novas tarifas sobre produtos estrangeiros.
Dessa forma, aumentando a preocupação com uma possível guerra comercial e impactando o comportamento das moedas emergentes, incluindo o real.
Caso as tarifas prejudiquem as exportações brasileiras, a entrada de dólares no país pode ser reduzida, exercendo pressão altista sobre a moeda americana no mercado local.
Fatores internos e externos devem pressionar o câmbio, fazendo-o oscilar nos próximos dias. O mercado reagirá aos dados econômicos e às sinalizações de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos.
