Queda na moeda americana

Dólar recua com expectativa de negociação sobre tarifas dos EUA

O movimento de queda nesta terça-feira reflete uma percepção mais branda de curto prazo por parte dos agentes do mercado.

Imagem/Reprodução
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  • Dólar recua com expectativa de negociação entre EUA e China, mas mercado segue atento a novos desdobramentos
  • Banco Central intervém com leilão de swap cambial para controlar volatilidade e garantir liquidez
  • Cotação do dólar turismo segue alta, refletindo cautela do mercado e percepção de risco

O dólar iniciou esta terça-feira em queda diante do real, revertendo parte dos ganhos recentes, enquanto os mercados globais analisam a possibilidade de uma negociação entre Estados Unidos e China sobre as novas tarifas comerciais impostas por Washington.

Apesar do aumento das tensões entre as duas maiores economias do mundo, investidores veem espaço para acordos que amenizem os impactos sobre o comércio internacional e, consequentemente, sobre os mercados financeiros.

Às 9h10, o dólar à vista caía 0,82%, cotado a R$ 5,862 para compra e R$ 5,863 para venda. No mercado futuro, o contrato com vencimento mais próximo recuava 0,71%, aos 5.898 pontos na B3.

O recuo acontece após forte valorização registrada na segunda-feira, quando a moeda norte-americana subiu 1,24% e encerrou o dia a R$ 5,9107, seu maior valor de fechamento desde 28 de fevereiro.

O movimento de queda nesta terça-feira reflete uma percepção mais branda de curto prazo por parte dos agentes do mercado. Embora os EUA tenham anunciado tarifas agressivas contra produtos chineses — e Pequim tenha retaliado na mesma medida —, há expectativa de que os governos iniciem um canal de diálogo.

Parte dos investidores aposta que o “tarifaço” de Donald Trump pode servir mais como estratégia de pressão do que como medida definitiva.

Essa avaliação reduz a aversão ao risco e impulsiona temporariamente moedas de países emergentes, como o real. No entanto, analistas alertam que o ambiente segue volátil e que qualquer sinal de endurecimento nas negociações pode trazer nova pressão cambial.

Atuação do Banco Central visa manter estabilidade

Nesta terça-feira, o Banco Central anunciou mais um leilão de contratos de swap cambial tradicional, ofertando até 20 mil contratos com vencimento em 2 de maio de 2025. A operação faz parte da rolagem dos contratos já existentes e tem como objetivo suavizar as oscilações no mercado de câmbio, garantindo liquidez e ajudando a conter movimentos especulativos.

A intervenção da autoridade monetária ocorre em um contexto de aumento da volatilidade global e de forte valorização recente do dólar, que pressionou o câmbio doméstico. Mesmo com a atuação do BC, os movimentos da moeda seguem bastante sensíveis aos acontecimentos externos, principalmente os relacionados à disputa comercial e às decisões de política monetária nos EUA.

Dólar turismo permanece elevado

Apesar da queda no dólar à vista, o dólar turismo segue em patamares elevados, refletindo o risco percebido pelos agentes de câmbio e a cautela dos consumidores. Nesta manhã, a cotação para compra variava em torno de R$ 5,94, enquanto a venda chegava a R$ 6,12. No entanto, valores que seguem acima da média do primeiro trimestre.

O diferencial entre o dólar comercial e o turismo se mantém ampliado por conta de custos adicionais das operações com papel-moeda. E, ainda, da instabilidade no mercado externo. Especialistas apontam que esse cenário pode continuar enquanto houver incertezas sobre o rumo da economia global.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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