Posse de Trump

Dólar sobe refletindo expectativas do mercado global e decisões de Trump

Investidores reagem aos impactos dos decretos de Trump em seu primeiro dia de mandato enquanto o real perde terreno frente à moeda americana.

Imagem/Reprodução
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  • O dólar subiu 0,42%, cotado a R$ 6,065, refletindo as expectativas do mercado sobre as ações de Trump e a valorização global da moeda americana
  • Os decretos de Trump, especialmente sobre comércio e mudanças climáticas, aumentaram a incerteza econômica, impulsionando a valorização do dólar frente a moedas emergentes
  • O Banco Central realizará um leilão de swap cambial para rolar vencimentos de março de 2025, buscando controlar a volatilidade do mercado e aliviar a pressão sobre o real

O dólar comercial iniciou o dia com alta em relação ao real nesta terça-feira (21), após uma leve recuperação das perdas registradas na véspera. Às 9h12, a moeda americana estava sendo negociada a R$ 6,065 na compra e R$ 6,066 na venda, com um aumento de 0,42%.

Já o dólar futuro para fevereiro, o contrato mais negociado na B3, subia 0,63%, atingindo 6.073 pontos. Esses movimentos refletem, portanto, uma série de fatores, incluindo o ajuste dos mercados globais e as reações dos investidores às primeiras ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu primeiro dia de mandato.

Na segunda-feira (20), o dólar havia fechado em queda de 0,38%, cotado a R$ 6,0420, o que representou um pequeno alívio após semanas de forte valorização da moeda americana. Contudo, o cenário desta terça-feira demonstrou que os investidores continuam atentos aos desdobramentos da política externa e econômica do novo governo americano. Assim, cujas ações já começaram a impactar o mercado global.

Reação dos mercados ao primeiro dia de Trump

Em seu primeiro dia no cargo, o presidente Donald Trump assinou uma série de decretos que visam reverter diversas políticas implementadas por sua predecessora, Hillary Clinton.

Entre os atos mais comentados, destacaram-se as decisões que envolvem o acordo climático de Paris, a implementação de uma política mais protecionista no comércio internacionaç. Além da revisão de regulamentações bancárias, assim, esses movimentos geraram uma reação imediata dos mercados financeiros.

O mercado cambial, por exemplo, reflete uma expectativa de aumento da volatilidade e incertezas sobre o futuro das relações comerciais entre os Estados Unidos e outros países. A crescente tensão sobre tarifas e acordos comerciais fez o dólar se fortalecer frente a diversas moedas emergentes, incluindo o real brasileiro.

Além disso, as expectativas de uma política monetária mais agressiva por parte do Federal Reserve, o banco central americano, também contribuem para a valorização do dólar.

A previsão de aumento na taxa de juros pode atrair mais investimentos para o país, o que aumentaria a demanda pela moeda americana. E, assim, ajudaria a pressionar o valor do dólar ainda mais para cima.

Banco Central realiza leilão de Swap Cambial

Para tentar controlar as flutuações do mercado cambial e proporcionar uma maior estabilidade, o Banco Central do Brasil anunciou a realização de um leilão de swap cambial tradicional.

O leilão, com o objetivo de rolar contratos com vencimento em março de 2025, foi programado para a sessão desta terça-feira. A expectativa é que essa ação ajude a mitigar a pressão sobre o real e a evitar variações mais acentuadas no curto prazo.

O swap cambial é uma ferramenta utilizada pelo Banco Central para fazer a operação inversa ao contrato de câmbio futuro. Por meio desta operação, o BC troca o risco de variação cambial com instituições financeiras. Dessa forma, oferecendo liquidez ao mercado de câmbio e, assim, ajudando a controlar o valor da moeda.

O leilão desta terça-feira será de até 15.000 contratos, uma medida que sinaliza o compromisso da autoridade monetária com a manutenção da estabilidade financeira, embora o efeito dessa ação seja limitado diante do cenário global volátil.

Expectativas e oscilações

O dólar turismo, que reflete a cotação para quem realiza viagens internacionais ou faz remessas de dinheiro para o exterior, também apresentou variação.

A compra do dólar turismo foi registrada a R$ 6,128, enquanto a venda subiu para R$ 6,308. Esse valor é, naturalmente, mais alto do que o do dólar comercial, devido às taxas de serviços adicionais cobradas por casas de câmbio e agências bancárias.

O comportamento do dólar nos próximos dias deve continuar sendo influenciado pela evolução dos eventos políticos e econômicos, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

O cenário global de incerteza e possíveis medidas protecionistas de Trump podem continuar pressionando o real e outras moedas emergentes.

A alta do dólar reflete um ajuste global impulsionado pelas decisões de Trump, com investidores cautelosos avaliando o impacto de sua agenda econômica mundial.

O Banco Central brasileiro, por sua vez, busca amenizar os efeitos dessa volatilidade localmente. Mas, ainda não há previsão clara de quando esse cenário de alta do dólar poderá se estabilizar.

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