
- Atenção à renda fixa: Títulos IPCA+ e prefixados seguem com bons prêmios e devem compor o núcleo das carteiras no atual cenário
- Foco em ações defensivas: Setores como energia, saúde e consumo básico se destacam como apostas seguras na renda variável
- Ambiente pede cautela: Instabilidade global favorece ativos seguros; recomenda-se evitar exposição excessiva a risco enquanto o cenário não se estabiliza
A recente instabilidade nos mercados internacionais tem refletido diretamente no desempenho dos ativos brasileiros. O Ibovespa acumula queda de 4,5% nos últimos dias, enquanto o dólar sobe aproximadamente 4% frente ao real. Esse movimento confirma um cenário de aversão global ao risco, em que investidores preferem ativos mais seguros e previsíveis.
Diante desse panorama, os especialistas recomendam ajustes estratégicos nas carteiras. A orientação é clara: priorizar ativos com menor exposição a volatilidade internacional.
Com o mercado pressionado por incertezas externas e ausência de sinais positivos no front doméstico, a proteção do capital deve prevalecer sobre a busca por grandes ganhos no curto prazo.
Títulos IPCA+ e prefixados continuam atrativos
A curva de juros no Brasil recuou em todas as frentes — tanto nos contratos prefixados quanto nos atrelados à inflação (NTN-Bs). Esse movimento ocorreu mesmo sem avanços econômicos concretos no país, impulsionado sobretudo pela expectativa de cortes nas taxas de juros americanas.
Com isso, os títulos de renda fixa brasileiros passaram a oferecer melhores perspectivas de rentabilidade ajustada ao risco.
Analistas veem nos papéis IPCA+ e nos títulos prefixados uma excelente oportunidade para travar boas taxas, especialmente em um cenário que ainda mistura incerteza com possíveis reduções futuras de juros.
Mesmo após a valorização recente, esses ativos continuam oferecendo prêmios interessantes, com boa margem para manter desempenho positivo nos próximos meses.
Para o investidor conservador ou moderado, essa é uma janela favorável para ampliar a exposição em renda fixa pública, com foco no médio e longo prazo. Os títulos soberanos continuam entre as recomendações centrais para quem busca preservação de valor e rentabilidade real acima da inflação.
Ações defensivas ganham espaço nas carteiras
Enquanto o Ibovespa sofre com a saída de capital estrangeiro e o aumento da percepção de risco, algumas ações específicas demonstram maior resiliência. Setores como energia elétrica, saneamento, saúde e consumo essencial aparecem entre os preferidos dos analistas.
Essas empresas costumam manter receitas mais estáveis, mesmo em ambientes econômicos desafiadores, o que as torna candidatas ideais para compor o portfólio neste momento.
Além da proteção da renda fixa, os investidores que desejam manter exposição em renda variável devem considerar companhias com forte geração de caixa, baixa alavancagem e atuação em setores menos sensíveis ao ciclo econômico. Empresas pagadoras de dividendos também ganham relevância na composição de carteiras, oferecendo fluxo de renda e maior previsibilidade.
Por fim, a recomendação é manter atenção redobrada ao noticiário internacional, especialmente às decisões de política monetária nos Estados Unidos e às reações de outras economias relevantes.
Esses fatores, portanto, devem continuar influenciando o comportamento dos ativos brasileiros nas próximas semanas, tornando essencial uma postura cautelosa e uma estratégia bem fundamentada.
Confira abaixo os gráficos de sesempenho das carteiras recomendadas pela EQI Research: