
- Nubank recebe pela primeira vez recomendação de compra do BTG, com Itaú e Citi reforçando o call
- Analistas projetam valorização potencial de 35% e destacam expansão mexicana como diferencial
- Banco digital soma alta de 23% em 2025, mesmo com queda de 9% em 12 meses
O Nubank acaba de virar a grande aposta do mercado financeiro. Pela primeira vez desde o IPO, o BTG Pactual recomendou a compra das ações da fintech, se alinhando ao Itaú e ao Citi, que também elevaram suas projeções.
O movimento ocorre após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, que mostraram recuperação acima das expectativas e reacenderam a confiança dos analistas em relação ao futuro da companhia.
Analistas viram a chave para o roxo
A recomendação inédita do BTG, liderada por Eduardo Rosman, marca uma guinada histórica. Até então, a postura era de cautela, principalmente após os solavancos do fim de 2024, quando a estratégia de crédito via PIX parecia perder força.
Assim, o Itaú e o Citi acompanharam a mudança. Ambos fixaram preço-alvo em US$ 18, um potencial de alta de 35% em relação ao último fechamento, de US$ 13,33. Mesmo com a queda diária de 1,58%, para US$ 13,12, os bancos reforçaram que o papel segue barato.
Desse modo, o consenso é que o Nubank conseguiu se ajustar rapidamente. A fintech revisou concessões de crédito, reforçou provisões preventivas e acelerou a retomada do total payment volume, indicando um segundo semestre mais forte.
México vira peça central da estratégia
Um dos pontos que mais pesou nas análises foi a expansão no México, vista pelo BTG como “o pilar mais importante da tese”. Para os analistas, uma operação bem-sucedida no país pode redefinir a percepção global sobre o Nubank.
Além disso, o Itaú pondera que o mercado mexicano ainda representa risco: a carteira de crédito parte de uma base pequena e o desafio é provar capacidade de crescimento sustentável. Apesar disso, o potencial de upside é evidente, e a competição ainda permite espaço de manobra.
Portanto, o Citi também destacou que a diversificação geográfica será essencial para reduzir dependência do Brasil, onde questões regulatórias e macroeconômicas continuam a gerar incertezas.
Ambiente macro e valuation reforçam otimismo
Outro fator decisivo foi o ambiente econômico. O BTG entende que programas sociais e a provável isenção de IR para rendas até R$ 5 mil em 2026 podem beneficiar diretamente a base de clientes do banco.
No Brasil, o Itaú alerta para riscos no mercado de trabalho e nas discussões sobre taxas de intercâmbio de cartões, mas admite que o valuation está atrativo. Ademais, o Nubank negocia hoje a um P/L de 19x para 2026, considerado razoável para uma empresa em plena expansão.
Por fim, para o Citi os últimos trimestres provaram a resiliência do Nubank em momentos de volatilidade, consolidando sua imagem como um player capaz de acelerar crescimento sem comprometer a qualidade da carteira.