- Janeiro de 2025 registra saídas recordes de R$ 9,8 bilhões de fundos de ações no Brasil
- Fundos de renda fixa recebem R$ 40 bilhões em janeiro, refletindo uma migração em busca de segurança.
- A alocação de ações nos fundos locais caiu de 7,8% para 7,4%, indicando uma postura mais conservadora dos investidores
O cenário econômico brasileiro e global está gerando uma crescente aversão ao risco entre investidores, refletida em um expressivo aumento nas saídas de fundos de ações no Brasil.
Em janeiro de 2025, os resgates alcançaram R$ 9,8 bilhões, o maior valor desde janeiro de 2023. A informação foi destacada em relatório do Bank of America (BofA) divulgado nesta terça-feira (11), o que revela uma tendência de cautela por parte dos investidores brasileiros.
Dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) corroboram essa realidade. Dessa forma, mostrando a diminuição na alocação de recursos no mercado de ações e a busca por ativos mais seguros, como os fundos de renda fixa.
Saídas recordes de fundos de ações
Em janeiro de 2025, o Bank of America observou que as saídas semanais de fundos de ações brasileiros somaram cerca de R$ 2 bilhões. Contudo, um aumento significativo em relação à média de R$ 600 milhões por semana observada ao longo de 2024.
Esse movimento reflete o crescente receio dos investidores diante de um cenário econômico brasileiro ainda permeado por incertezas. A fuga de recursos dos fundos de ações sugere que muitos investidores estão priorizando a preservação de capital e buscando investimentos com menor risco.
Renda fixa de destaca
Enquanto os fundos de ações registram saídas expressivas, os fundos de renda fixa demonstraram um comportamento oposto. No mesmo período, os fundos de renda fixa brasileiros registraram entradas de R$ 40 bilhões. Dessa forma, um valor considerável e que sugere um movimento de realocação de portfólio.
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Após as saídas recordes de dezembro de 2024, este valor de entradas mostra que os investidores estão buscando maior segurança e estabilidade. No entanto, o que é típico em momentos de instabilidade econômica.
A tendência de migração dos recursos para a renda fixa pode ser vista como uma resposta direta à volatilidade do mercado de ações e ao cenário de incertezas políticas e econômicas. A renda fixa oferece maior previsibilidade e menores riscos, o que a torna uma escolha atraente para investidores mais avessos ao risco.
Redução na exposição ao mercado de ações
Além das saídas de fundos, o relatório do Bank of America também destaca uma redução na alocação de recursos em ações dentro da indústria de fundos locais.
A participação das ações nos fundos caiu de 7,8% em novembro para 7,4% em dezembro de 2024. Assim, refletindo o movimento de diminuição da exposição ao mercado de ações.
O BofA alerta que os “resgates contínuos de fundos de ações e hedge locais” podem continuar pressionando essa alocação para baixo, o que evidencia um momento de reavaliação do portfólio por parte dos investidores.
Essa diminuição na exposição ao mercado de ações é um reflexo direto da cautela e da incerteza que predominam no cenário econômico.
A tendência é que, enquanto os riscos aumentam, a busca por ativos mais seguros e previsíveis seja uma estratégia adotada por muitos investidores, o que explicaria o aumento das entradas em fundos de renda fixa.
