Guerra comercial

Ibovespa cai com pressão externa, enquanto dólar dispara e juros sobem

Mercado reage à guerra comercial e indicadores globais, enquanto ações da Vale seguram parte das perdas do índice.

Ibovespa cai com pressão externa, enquanto dólar dispara e juros sobem
  • O índice recuou para 126,8 mil pontos, pressionado pelo cenário externo e tensões comerciais globais
  • O dólar comercial subiu para R$ 5,90 com maior aversão ao risco e busca por segurança no mercado internacional
  • Taxas avançaram com receio de inflação persistente e menor apetite por ativos de risco

O Ibovespa iniciou esta quinta-feira (10) em queda firme e rompeu o patamar dos 127 mil pontos, refletindo a aversão ao risco nos mercados globais. Às 10h14, o principal índice da Bolsa brasileira renovou a mínima do dia, caindo 0,80%, aos 126.774 pontos.

O movimento ocorreu em meio a tensões no cenário externo, temor de desaceleração global, e sinais de deterioração nas relações comerciais entre as grandes potências. Enquanto isso, o dólar comercial disparou e os juros futuros voltaram a subir, indicando maior cautela dos investidores.

Mesmo com o avanço do setor de serviços no Brasil, que cresceu 0,8% em fevereiro, os investidores demonstraram maior preocupação com o contexto internacional.

A desvalorização de ações de grandes bancos e empresas de energia, como Eletrobras e Petrobras, também pesou sobre o índice, apesar dos ganhos da Vale (VALE3), que operava em alta de mais de 1% com o desempenho positivo do minério de ferro.

Bolsa em queda: Ibovespa sente o peso do exterior

O Ibovespa abriu o pregão em baixa de 0,03%, aos 127.763 pontos, e rapidamente aprofundou as perdas, pressionado por uma série de fatores negativos vindos do exterior. O conflito comercial entre grandes economias voltou ao radar dos mercados, alimentando receios de desaceleração econômica global.

Ações de grandes bancos, como Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), registraram quedas de 1,59% e 1,60%, respectivamente. Eletrobras (ELET3) e Petrobras (PETR3) também recuaram mais de 1%.

Além disso, setores como varejo e siderurgia apresentaram desempenho misto. Entre as varejistas, Lojas Renner (LREN3) caiu 1,33%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,72%. As siderúrgicas CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) oscilaram entre perdas discretas e estabilidade.

Dólar dispara com aversão ao risco

No câmbio, o dólar comercial ampliou os ganhos e subia 0,94%, cotado a R$ 5,899 por volta das 10h22. A moeda americana voltou a se valorizar com força diante do real, refletindo o aumento da procura global por ativos considerados mais seguros.

O movimento reverte a queda registrada na véspera, quando o dólar recuou 2,53% após anúncio de pausa em tarifas internacionais pelo governo dos EUA.

No mercado futuro, o dólar para maio também subia 0,33%, refletindo o sentimento de maior incerteza por parte dos agentes financeiros. O Banco Central anunciou um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional para ajudar a conter a volatilidade.

Juros futuros avançam e mostram cautela

Os contratos de juros futuros, no entanto, operavam em alta na manhã desta quinta-feira, acompanhando a escalada do dólar e o desempenho negativo da Bolsa.

O avanço nas taxas indica que os investidores estão incorporando um cenário de maior risco e, possivelmente, de persistência na inflação global, o que reduz expectativas de cortes mais agressivos na taxa básica de juros.

O crescimento de 0,8% do setor de serviços em fevereiro, divulgado hoje pelo IBGE, trouxe algum alívio ao mercado doméstico, mas não foi suficiente para mudar a direção do pregão.

O setor representa, no entanto, cerca de 70% do PIB brasileiro e tem sido um dos motores da recuperação econômica, mas ainda enfrenta desafios diante da alta de juros e da inflação persistente.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ