O Ibovespa (IBOV), principal índice da bolsa brasileira, registrou uma queda acentuada de 2,74%, fechando o pregão de quinta-feira (12) aos 126.042,21 pontos. O movimento reflete o impacto da última decisão de política monetária do Banco Central, que elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, além de sinalizar mais dois aumentos de igual magnitude nas reuniões de janeiro e março de 2025.
Enquanto o índice enfrentava perdas, o dólar à vista (USBRL) fechou com alta de 0,86%, cotado a R$ 6,0072.
Entre os papéis do índice, 85 das 86 ações registraram perdas, com destaque negativo para Pão de Açúcar (PCAR3), que despencou cerca de 11%. Já as ações da Hapvida (HAPV3) se destacaram com uma alta de 1,2%, impulsionadas por estimativas positivas para reajustes em planos de saúde.
No cenário político, o Brasil também vivenciou momentos tensos, com a aprovação do texto-base do primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária no Senado. Sob a relatoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), a proposta manteve a alíquota de até 26,5% para a nova tributação. A medida, que visa reestruturar o sistema tributário, continua sendo monitorada pelos investidores.
Ademais, o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou por uma cirurgia para drenar um hematoma no crânio, também esteve no radar. O presidente segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, com previsão de alta da UTI para esta sexta-feira (13).
Impacto internacional e fechamento dos mercados globais
Nos Estados Unidos, os dados de mercado de trabalho e inflação impactaram os mercados, com um aumento inesperado no número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego, que subiram 17.000 para 242.000 na semana encerrada em 7 de dezembro. O índice de preços ao produtor (PPI) também surpreendeu, com alta de 0,4% em novembro, superando as expectativas de 0,2%.
Os índices de Nova York, como o S&P 500, Dow Jones e Nasdaq, fecharam todos em baixa, com quedas de 0,54%, 0,53% e 0,66%, respectivamente.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) cortou os juros em 25 pontos-base, para 3% ao ano, influenciando os mercados, com o índice pan-europeu Stoxx 600 encerrando com leve queda de 0,14%.