Dia instável

Ibovespa fecha com leve queda após um dia de pregão instável

Mercado vive dia morno com volatilidade alta e influência do cenário externo, os bancos seguram índice, enquanto Petrobras e Vale pressionam.

Ibovespa fecha com leve queda após um dia de pregão instável
  • Índice recuou 0,16%, aos 129.245 pontos, após um dia instável e sem direção clara
  • Moeda americana avançou 0,67%, a R$ 5,891, e DIs subiram em toda a curva
  • Embraer subiu com otimismo no setor aéreo, frigoríficos avançaram com expectativa de inspeção dos EUA, enquanto Vale e Petrobras pressionaram o índice

O Ibovespa viveu uma terça-feira de sobe e desce sem direção clara e encerrou o pregão praticamente estável, com leve queda de 0,16%, aos 129.245,39 pontos. A movimentação refletiu o clima de incerteza no cenário global, marcado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

O índice oscilou ao longo de todo o dia, sem força para firmar uma tendência, num ambiente de baixa liquidez e atenção redobrada com os desdobramentos da guerra tarifária.

O dólar comercial, por outro lado, não ficou parado. A moeda americana subiu 0,67%, encerrando a R$ 5,891, após atingir R$ 5,904 na máxima do dia. A valorização da divisa reflete o movimento global de aversão ao risco e a busca por segurança em meio às incertezas comerciais.

Juros futuros também avançaram, com os DIs subindo por toda a curva, indicando uma percepção mais cautelosa dos investidores com o cenário macroeconômico.

Apesar da instabilidade, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos surpreendeu positivamente, batendo recorde no primeiro trimestre de 2025. A notícia animou alguns setores específicos da Bolsa, como o de exportação de carnes e o de aviação.

Embraer e frigoríficos sobem com sinais positivos

As ações da Embraer (EMBR3) decolaram 3,06% na sessão, impulsionadas pelas expectativas de ganho de mercado após o bloqueio da China à Boeing. Com a rival americana enfrentando dificuldades no mercado asiático, a Embraer pode capturar parte dessa demanda, o que animou os investidores.

Entre os frigoríficos, a expectativa de uma visita de inspeção de autoridades americanas ao Brasil trouxe otimismo. Minerva (BEEF3) avançou 1,92% e BRF (BRFS3) subiu 1,27%, com a perspectiva de expansão de mercado nos EUA em meio à reconfiguração das cadeias de fornecimento globais.

No entanto, nem todos os papéis do setor agropecuário acompanharam o bom desempenho. A SLC Agrícola (SLCE3) recuou 2,50%, com analistas questionando se o papel ainda pode ser considerado um refúgio seguro diante da crescente volatilidade global.

Blue chips pressionam índice

Os papéis mais pesados do Ibovespa ajudaram a puxar o índice para baixo. A Vale (VALE3) caiu 1,01%, mesmo com o minério de ferro estável na China, diante da expectativa de divulgação de dados operacionais fracos no pós-mercado.

Já a Petrobras (PETR4) recuou 2,30%, refletindo a queda do petróleo no mercado internacional.

Apesar das quedas expressivas dessas gigantes, os bancos atuaram como contrapeso. Itaú Unibanco (ITUB4), contudo, subiu 1,27% e Bradesco (BBDC4) teve leve alta de 0,08%. O Banco do Brasil (BBAS3), no entanto, recuou 1,07%, sem força para acompanhar os concorrentes privados.

O Assaí (ASAI3), portanto, também chamou atenção com a renúncia inesperada de seu CFO. A notícia surpreendeu o mercado e fez a ação cair 2,26%.

Já entre as maiores movimentações do dia, a ação mais negociada foi PETR4, enquanto POMO4 liderou as altas. No extremo oposto, AZUL4 despencou mais de 7% e terminou como a maior baixa do pregão.

O cenário segue tenso e incerto, com o mercado de olho nas movimentações políticas e econômicas globais, especialmente nas implicações da guerra tarifária e nos próximos passos do governo dos EUA.

Confira abaixo os resultados das principais cotações:

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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