
A Oi (OIBR3)(OIBR4) anunciou nesta quinta-feira (3) mais um pedido de recuperação judicial. Dessa vez, a companhia protocolou junto à 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro o pedido de recuperação judicial de suas subsidiárias Serede – Serviços de Rede S.A. e Brasil Telecom Call Center S.A.
O novo pedido tem como objetivo principal preservar a continuidade das operações das duas empresas, garantir a manutenção de empregos e preparar o terreno para a reorganização econômico-financeira das subsidiárias.
Segundo a Oi, o pedido reflete o esforço para assegurar o capital necessário à manutenção das atividades e aos investimentos nas linhas de negócios que ainda fazem parte do plano estratégico do grupo — agora mais enxuto, mas ainda com relevância nos serviços de telecomunicações e infraestrutura.
“As medidas adotadas visam criar condições adequadas para a estabilização operacional e a proteção dos interesses dos credores, empregados e demais partes interessadas das Sociedades”, destacou a empresa.
Serede e Brasil Telecom Call Center: por que pedir recuperação agora?
Tanto a Serede, focada em serviços de rede, quanto a Brasil Telecom Call Center, voltada ao atendimento ao cliente, são subsidiárias estratégicas do Grupo Oi.
No entanto, ambas enfrentam pressões financeiras decorrentes do próprio processo de reestruturação da holding, além da deterioração dos contratos e do ambiente de negócios desafiador para o setor.
Com o pedido, a Oi busca blindar essas operações, manter sua base de clientes atendida e evitar um colapso operacional que comprometa ainda mais a reputação e a capacidade de geração de caixa do grupo como um todo.
Próximos passos
A companhia informou que apresentará um plano de recuperação judicial específico para as subsidiárias, que será submetido à deliberação dos credores.
A proposta deverá detalhar condições de pagamento, prazos, possíveis cortes ou conversões de dívidas e novas fontes de financiamento.
O movimento está em linha com o Fato Relevante divulgado em 1º de julho, quando a companhia informou que faria ajustes adicionais em sua estrutura societária e financeira.
“A Companhia reafirma sua confiança na capacidade operacional e comercial das Sociedades, bem como na proposição e aprovação de um plano que permita a preservação de valor do Grupo Oi e a manutenção do nível dos serviços prestados”, afirmou.
Reestruturação em andamento
Desde 2016, a Oi enfrenta um dos processos de recuperação judicial mais longos e emblemáticos da história corporativa brasileira. Ao longo dos anos, a empresa alienou ativos, reduziu sua dívida e tentou reorganizar suas áreas de atuação para sobreviver em um mercado altamente competitivo e regulado.
A nova etapa envolvendo as duas subsidiárias mostra que a reestruturação do Grupo Oi ainda está longe de terminar.