
- Operação contra a Refit e avanço do projeto do devedor contumaz impulsionam RAIZ4, VBBR3 e UGPA3.
- Fiscalização mais rígida reduz brechas no setor e melhora projeções para margens e volumes.
- Analistas veem chance de múltiplos mais altos em 2026 e revisões positivas de lucro.
As ações de RAIZ4, VBBR3 e UGPA3 avançam com força nesta quinta-feira após a Refit retornar à mira das autoridades em uma nova ofensiva contra fraudes no mercado de combustíveis. A movimentação ocorre em meio à Operação Poço de Lobato, que investiga um esquema estimado em R$ 26 bilhões.
Com o reforço das ações de fiscalização e a expectativa de avanço do projeto que define regras para punir o devedor contumaz, analistas veem espaço para um novo ciclo de valorização das grandes distribuidoras listadas na B3.
Operação reacende pressão sobre o setor
A ofensiva reúne órgãos federais, estaduais e municipais. A ação mira estruturas usadas para sonegação, fraude aduaneira e movimentações financeiras complexas ligadas à Refit, considerada a maior devedora contumaz do país. O grupo acumula mais de R$ 25 bilhões em dívidas.
Os investigadores afirmam que a empresa utilizou holdings, offshores e fundos para ocultar receitas e reduzir impostos de forma recorrente. Entre 2020 e 2025, o volume importado teria chegado a R$ 32 bilhões, acompanhado de táticas como subfaturamento. O governo de São Paulo estima que a operação possui mais de 190 alvos.
Esse cenário fortalece a tese de analistas de que a saída da Refit do mercado, iniciada ainda em 2024, ampliou a participação das maiores distribuidoras. O fechamento da refinaria em setembro coincidiu com redução da diferença de preços entre bandeira branca e postos de marca.
Impacto direto sobre RAIZ4, VBBR3 e UGPA3
O Bradesco BBI destaca que a continuidade do combate à informalidade pode consolidar ganhos estruturais. Com isso, as distribuidoras poderiam manter participação mais elevada, algo que não ocorria havia três anos.
Além disso, o banco aponta que, além da operação atual, a aprovação do projeto sobre devedor contumaz na Câmara tende a reduzir brechas usadas por empresas irregulares. Essa mudança pode sustentar margens mais estáveis ao longo de 2025 e 2026.
Dessa forma, o setor pode operar em um patamar novo de equilíbrio competitivo. Portanto, com maior previsibilidade, casas de análise consideram possível ver VBBR3 e UGPA3 negociando perto de 10 vezes o lucro estimado para 2026.
Projeções para 2026 animam o mercado
Os analistas esperam expansão de volumes acima da média do setor, especialmente se a redução da diferença de preços continuar. Assim, a expectativa positiva também se apoia na retomada da demanda e na reorganização comercial após o avanço regulatório.
Ademais, caso o setor consolide margens maiores, revisões positivas de lucros podem ocorrer ao longo de 2025. Essa perspectiva reforça a visão construtiva para o segmento de distribuição, hoje beneficiado pela forte atuação dos reguladores.
Assim, o mercado reage antecipando um ambiente mais eficiente e competitivo. Em suma, a tendência fortalece o apetite dos investidores por companhias expostas ao combate à informalidade.