Reflexo da operação

Refit volta ao alvo e ações de distribuidoras disparam na B3; o motivo surpreende

Operação contra fraudes e avanço do projeto do devedor contumaz reacendem projeções positivas para o setor.

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Operação Carbono Oculto identifica 15 integrantes do PCC envolvidos como proprietários de 251 postos de combustíveis.
Operação Carbono Oculto identifica 15 integrantes do PCC envolvidos como proprietários de 251 postos de combustíveis.
  • Operação contra a Refit e avanço do projeto do devedor contumaz impulsionam RAIZ4, VBBR3 e UGPA3.
  • Fiscalização mais rígida reduz brechas no setor e melhora projeções para margens e volumes.
  • Analistas veem chance de múltiplos mais altos em 2026 e revisões positivas de lucro.

As ações de RAIZ4, VBBR3 e UGPA3 avançam com força nesta quinta-feira após a Refit retornar à mira das autoridades em uma nova ofensiva contra fraudes no mercado de combustíveis. A movimentação ocorre em meio à Operação Poço de Lobato, que investiga um esquema estimado em R$ 26 bilhões.

Com o reforço das ações de fiscalização e a expectativa de avanço do projeto que define regras para punir o devedor contumaz, analistas veem espaço para um novo ciclo de valorização das grandes distribuidoras listadas na B3.

Operação reacende pressão sobre o setor

A ofensiva reúne órgãos federais, estaduais e municipais. A ação mira estruturas usadas para sonegação, fraude aduaneira e movimentações financeiras complexas ligadas à Refit, considerada a maior devedora contumaz do país. O grupo acumula mais de R$ 25 bilhões em dívidas.

Os investigadores afirmam que a empresa utilizou holdings, offshores e fundos para ocultar receitas e reduzir impostos de forma recorrente. Entre 2020 e 2025, o volume importado teria chegado a R$ 32 bilhões, acompanhado de táticas como subfaturamento. O governo de São Paulo estima que a operação possui mais de 190 alvos.

Esse cenário fortalece a tese de analistas de que a saída da Refit do mercado, iniciada ainda em 2024, ampliou a participação das maiores distribuidoras. O fechamento da refinaria em setembro coincidiu com redução da diferença de preços entre bandeira branca e postos de marca.

Impacto direto sobre RAIZ4, VBBR3 e UGPA3

O Bradesco BBI destaca que a continuidade do combate à informalidade pode consolidar ganhos estruturais. Com isso, as distribuidoras poderiam manter participação mais elevada, algo que não ocorria havia três anos.

Além disso, o banco aponta que, além da operação atual, a aprovação do projeto sobre devedor contumaz na Câmara tende a reduzir brechas usadas por empresas irregulares. Essa mudança pode sustentar margens mais estáveis ao longo de 2025 e 2026.

Dessa forma, o setor pode operar em um patamar novo de equilíbrio competitivo. Portanto, com maior previsibilidade, casas de análise consideram possível ver VBBR3 e UGPA3 negociando perto de 10 vezes o lucro estimado para 2026.

Projeções para 2026 animam o mercado

Os analistas esperam expansão de volumes acima da média do setor, especialmente se a redução da diferença de preços continuar. Assim, a expectativa positiva também se apoia na retomada da demanda e na reorganização comercial após o avanço regulatório.

Ademais, caso o setor consolide margens maiores, revisões positivas de lucros podem ocorrer ao longo de 2025. Essa perspectiva reforça a visão construtiva para o segmento de distribuição, hoje beneficiado pela forte atuação dos reguladores.

Assim, o mercado reage antecipando um ambiente mais eficiente e competitivo. Em suma, a tendência fortalece o apetite dos investidores por companhias expostas ao combate à informalidade.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.