Após a terceira paralisação da plataforma nesta semana, o Tesouro Direto retomou as negociações nesta terça-feira (17). A movimentação aconteceu após uma forte volatilidade no mercado, que fez com que a plataforma fosse temporariamente suspensa no começo da tarde. As compras de papéis foram liberadas novamente com um alívio nas taxas, em linha com o recuo do dólar, que seguiu a tendência de queda após o Banco Central realizar um novo leilão de vendas da moeda para controlar a disparada do câmbio.
As taxas dos títulos públicos continuaram apresentando altos níveis, com o Tesouro Prefixado 2027 pagando 15,54% ao ano, ligeiramente abaixo dos 15,57% verificados antes da suspensão e um pouco mais alto que os 15,39% registrados no fim da sessão de segunda-feira (16). O papel com vencimento em 2031 teve uma ligeira elevação de taxa, subindo de 14,90% para 14,92%, após ter registrado uma marca de 15,14% pela manhã.
Nos títulos de inflação, o Tesouro IPCA+ 2029 mostrou uma leve alta, chegando a pagar 7,75% ao ano, apenas um pouco abaixo dos 7,78% observados pela manhã. A remuneração dos demais papéis atrelados à inflação também permaneceu superior a 7%.
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Mercado atento ao pacote fiscal e à Selic
Este movimento de alta nas taxas ocorre em um contexto de incerteza no mercado, com investidores digerindo as últimas notícias sobre a trajetória fiscal do país. A votação do pacote fiscal ainda este ano continua sendo um tema de preocupação, e o nervosismo é alimentado pela avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa Selic para 12,25%. O Banco Central sinalizou que poderá aumentar a taxa básica de juros em mais 2 pontos percentuais nas duas próximas reuniões.
O Copom detalhou os fatores que justificaram a elevação da taxa de juros. De acordo com a ata divulgada nesta terça-feira, o Comitê tomou a decisão devido à deterioração do cenário da inflação e à materialização de “vários riscos” que tornaram o ambiente econômico mais adverso. Além disso, o documento ressaltou que, apesar de um cenário difícil, a desaceleração da economia e a coordenação entre políticas fiscais e monetárias são essenciais para reequilibrar a economia.
Efeitos da alta nas taxas no mercado secundário
Embora os investidores que compram títulos com remuneração mais baixa não enfrentem perdas diretas, a valorização dos papéis no mercado secundário pode refletir em queda nos preços de ativos comprados em momentos de taxas mais baixas. A marcação a mercado nas corretoras pode impactar o valor das carteiras de investidores, mesmo para aqueles que não decidam vender seus papéis antes do vencimento.
