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Milei fecha Receita Federal; Banco Central pode ser o próximo

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O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou na última segunda-feira (21) o fechamento da Administración Federal de Ingresos Públicos (AFIP), a Receita Federal argentina, como parte de seu plano de corte de gastos públicos. Em seu lugar, será criada uma nova agência com estrutura simplificada e mais eficiente. Além disso, Milei reiterou sua promessa de fechar o Banco Central da Argentina (BCRA), sinalizando mudanças profundas na economia do país.

Essas ações fazem parte da estratégia de Milei para enfrentar a hiperinflação que assola o país, além de reformar as principais instituições financeiras e de arrecadação. Conhecido por seu apoio ao Bitcoin, o presidente argentino já vinha prometendo mudanças radicais desde sua campanha, e agora começa a colocar suas ideias em prática.

Encerramento da AFIP e criação da ARCA

A AFIP, órgão responsável pela arrecadação de impostos na Argentina, será substituída pela Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (ARCA). Em comunicado oficial, a presidência afirmou que a nova organização terá uma estrutura mais simples, eficiente e menos dispendiosa.

“O presidente Javier Milei decidiu dissolver a AFIP e criar em seu lugar uma nova organização com uma estrutura mais simples, eficiente e menos dispendiosa. Desta forma, o Governo Nacional destruirá circuitos corruptos, eliminará privilégios passados e otimizará a gestão pública,” anunciou o governo.

Segundo o comunicado, a criação da ARCA resultará na eliminação de 34% da estrutura atual, gerando uma economia anual de 6,4 bilhões de pesos. Além disso, cerca de 3.155 agentes contratados recentemente perderão seus empregos, o que equivale a 15% do quadro de funcionários atual da AFIP.

A medida também inclui uma redução de salários para os gestores da ARCA, equiparando-os aos de outros servidores públicos. O objetivo, segundo o governo, é cortar gastos e aumentar a eficiência no controle aduaneiro e na arrecadação de impostos, ao mesmo tempo que se combate a corrupção e elimina privilégios.

“A criação da ARCA tem como objetivo a redução do Estado, a eliminação de cargos desnecessários, a profissionalização do órgão, a destruição dos circuitos corruptos, e a melhoria na eficiência da arrecadação e do controle aduaneiro,” informou o comunicado.

Fechamento do Banco Central da Argentina

Além do encerramento da AFIP, Javier Milei reafirmou sua intenção de fechar o Banco Central da Argentina (BCRA), embora tenha admitido que o processo ainda não foi concluído. Milei explicou que antes de desativar o Banco Central, é necessário realizar uma limpeza interna, a fim de recompor os ativos da instituição e garantir que os passivos possam ser resgatados.

“Quanto ao encerramento do BCRA, digo-vos que antes de fechá-lo, para que não conduza a uma crise, deve ser limpo, para que os ativos sejam recompostos e assim os passivos possam ser resgatados,” declarou Milei em carta aberta à ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner.

O fechamento do Banco Central é uma das promessas mais polêmicas de Milei, e ele já havia afirmado durante sua campanha que considera a instituição responsável pela crise financeira do país. Segundo o presidente, o BCRA deve ser fechado de forma gradual e controlada para evitar uma nova crise econômica.

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Bitcoin como alternativa ao sistema financeiro tradicional

Javier Milei tem se destacado como o primeiro presidente argentino a apoiar publicamente o Bitcoin, e muitos veem suas ações recentes como parte de um plano mais amplo para promover a adoção de criptomoedas no país. Inspirado pelo modelo de El Salvador, onde o Bitcoin foi adotado como moeda oficial, Milei tem promovido a moeda digital como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, especialmente em um país devastado pela inflação.

Com a dolarização e o Bitcoin sendo discutidos como possíveis soluções para a instabilidade econômica, o futuro da moeda digital na Argentina parece promissor. A adoção do Bitcoin seria uma forma de enfrentar a crise inflacionária e reduzir a dependência do peso argentino, que perdeu grande parte de seu valor nos últimos anos.


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