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O mercado de proteína animal é um dos maiores do Brasil e do mundo, entretanto, nem sempre as ações de frigoríficos são mais lembradas do Mercado Financeiro. Além disso, também foi um dos setores mais afetados no início da pandemia, uma vez que apresentou, no Brasil e nos Estados Unidos, um processo de contaminação por Covid em suas instalações entre seus funcionários. Mas conseguiu reverter este quadro, e se beneficiou de alguns movimentos.
Já no inicio do ano, a China, um dos maiores mercados de carne suína e de aves, tanto em demanda quanto em produção, teve um problema sério com a peste suína em seu território. Ou seja, o país passou a demandar mais do Brasil no segmento de proteínas animais.
O grande ponto foi tudo ter ocorrido quase simultaneamente. Sendo assim, a demanda por carnes cresceu, mas alguns frigoríficos nacionais precisaram suspender temporariamente suas atividades. Sendo assim, maior demanda e menor oferta é igual a preços elevados, na maior parte dos casos. E foi o que aconteceu, de forma mais evidente, a partir do segundo trimestre de 2020. Dessa forma, pode-se dizer que o movimento favoreceu o setor doméstico, mesmo em meio a crise.
No mais, ainda é possível questionar uma diminuição do consumo conforme o preço da carne aumenta. No entanto, também é possível justificar que, ainda que o consumo de carne caia, algumas dessas empresas também se destacam no segmento de processados. Sendo assim, suas receitas podem até desestabilizar, mas acabam sendo retomadas com a ajuda das vertentes de atuação das companhias.
Tendo observado este panorama, e compreendendo que o Brasil é um dos maiores exportadores do mundo neste segmento, está claro que falaremos sobre as ações e companhias de frigoríficos, sendo elas: Minerva, JBS, Marfrig e BRF.
Índice de conteúdo
1) Minerva (BEEF3)
Uma forte concorrente do setor de proteína animal, e sólida no segmento de processados. De acordo com o próprio site da companhia, a Minerva performa como a segunda maior exportadora de carne, bem como se orgulha do título de maior exportadora de gado vivo do Brasil. E relata apresentar um crescimento médio de 39% ao ano desde 2001.
Em suma, a companhia reportou o Lucro Líquido de R$ 58,3 milhões entre os meses de julho e setembro. Sendo assim, mesmo em meio a pandemia, reverteu o prejuízo de 82,7 milhões anunciados no terceiro trimestre de 2019.
2) JBS (JBSS3)
A JBS S.A., por sua vez, também atua com relevância em exportações, sendo reconhecida como uma das líderes globais da indústria de alimento, como ela mesma destaca.
A companhia também reportou avanços no Lucro líquido, e encerrou o período em R$3,1 bilhões. Sendo assim, a empresa do ramo alimentar cresceu relevantes 778,2% anualmente.
Para o BTG Pactual, as ações da JBS podem disparar até 70% após os resultados 3T20. Sendo assim, o banco reafirmou a indicação de compra, com preço justo de R$ 36,00 por ação.
A Ágora investimentos, recentemente, também indicou compra para os papéis da JBS, com preço alvo de R$ 33,00 por ação.
3) Marfrig (MRFG3)
A Marfrig, especialista em carnes bovinas, é uma das maiores companhias mundiais atuantes neste setor. A companhia foi fundada nos anos 2000, e está presente em mais de 100 países.
Em primeiro lugar, a companhia reportou um lucro líquido no total de R$ 674 milhões entre os meses de julho e setembro. Ou seja, houve um forte crescimento na relação ano a ano, vide os R$ 100 milhões reportados no 3T19. Além disso, vale destacar que os mais de R$ 600 milhões do 3T20 representam mais do que o triplo do obtido em todo o ano passado.
Em suma, um dos grandes apoios dessas empresas fortes exportadoras, foi a queda do real ante ao dólar, que promove uma alta em suas receitas.
4) BRF (BRFS3)
Trata-se da maior exportadora de frangos a nível mundial. A companhia é dona de grandes marcas como a Sadia, a Qualy e a Perdigão.
Entretanto, na contramão das demais, a companhia reportou o Lucro Líquido para as operações continuadas no total de R$ 219 milhões. Ou seja, regrediu fortemente em 50,9% na comparação ano a ano. Este movimento pode ser justificado pela liderança do mercado nacional nas vendas da companhia. Ou seja, a maior parte de sua receita foi na moeda doméstica.
Por fim, a Ágora investimentos, recentemente, indicou compra para os papéis da BRF, com preço alvo de R$ 28.
Perspectiva dos frigoríficos e suas ações para 2021
Estimativas do banco Rabobank
De acordo com um estudo feito pelo Rabobank, a estimativa é que as exportações de carnes nacionais alcancem patamares recordes no próximo ano. Nesse sentido, um fator que poderá justificar esta estimativa é a possibilidade de maior demanda por parte da China.
O banco estima, para 2021, um crescimento em cerca de 5,5% nas exportações de carne bovina, ante 2020. Além disso, para a carne suína a projeção é de 1,2 milhão de toneladas em 2021. Por fim, a carne de frango deve apresentar um leve avanço de 1%.
Estimativas da Ágora Investimentos
A corretora visualiza um cenário diferente do anterior, e projeta uma queda cíclica nos preços das proteínas animais para 2021. Este cenário poderia, segundo a Ágora, se justificar pela retomada da China, tanto na recuperação dos impactos da pandemia, quanto pelo aumento da sua produção própria.
Por fim, a corretora ainda indica as ações dos frigoríficos bem posicionados na produção de processados. Dessa forma, é possível mitigar riscos, uma vez que este segmento apresenta menor volatilidade e desfrutam de maiores margens.
No mais, vale lembrar que este é um texto informativo, e não figura recomendações de compra ou venda.
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