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- A Natura &Co registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 6,693 bilhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 7,024 bilhões de 2023
- O impacto foi causado por um efeito não-caixa relacionado à recuperação judicial da Avon
- Apesar do prejuízo, a Natura &Co obteve um crescimento de 87,6% no EBITDA consolidado, que alcançou R$ 659,2 milhões
- A receita líquida consolidada da Natura &Co foi de R$ 5,976 bilhões, impulsionada pelo bom desempenho no Brasil e pela aceleração das vendas da Natura nos mercados hispânicos
A Natura &Co (NTCO3) registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 6,693 bilhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 7,024 bilhões apurado no mesmo período do ano passado. Esse resultado negativo é, em grande parte, atribuído a um efeito não-caixa relacionado à reestruturação da Avon Products Inc. (API), que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos no mês de agosto deste ano.
A companhia informou que o prejuízo foi impactado em R$ 6,995 bilhões, devido à desconsolidação dos resultados da Avon e suas subsidiárias. Ainda, como parte do processo de reestruturação sob o Chapter 11.
Esse evento gerou um prejuízo não-recorrente, que foi contabilizado na linha de “Operações Descontinuadas” e, consequentemente, anulou o lucro líquido positivo proveniente das operações contínuas da Natura &Co durante o período.
Impacto da recuperação judicial
Fábio Barbosa, CEO do Grupo Natura &Co, explicou que o impacto da recuperação judicial da Avon foi uma medida excepcional e não representativa da performance operacional da companhia.
“A Natura&Co está desconsolidando neste trimestre os resultados da Avon Products e de suas subsidiárias, em função do Chapter 11 voluntário anunciado em agosto de 2024. Como resultado, um prejuízo não-caixa e não-recorrente foi contabilizado em Operações Descontinuadas no trimestre, que acabou anulando o lucro líquido positivo obtido com as Operações Continuadas no período”, destaca o CEO do Grupo Natura&Co, Fábio Barbosa.
Apesar do prejuízo, o executivo ressaltou que a empresa pode utilizar suas reservas de capital para compensar eventuais perdas ao longo do ano, caso os acionistas aprovem a medida. Essa medida poderia viabilizar a retomada da distribuição de dividendos, oferecendo um suporte financeiro à companhia, caso a recuperação seja bem-sucedida.
No lado positivo, a Natura &Co apresentou avanços em outros indicadores financeiros. O EBITDA consolidado do terceiro trimestre somou R$ 659,2 milhões, representando um expressivo crescimento de 87,6% em relação ao mesmo período de 2023.
Já o EBITDA recorrente, que exclui eventos extraordinários, alcançou R$ 870 milhões. Assim, o que corresponde a uma alta de 52% quando comparado aos R$ 572 milhões do ano anterior. Esses resultados refletem uma melhora significativa na performance operacional da companhia. Impulsionada principalmente pelo bom desempenho no mercado brasileiro e pela aceleração das vendas da Natura nos mercados hispânicos.
“Essa aceleração foi parcialmente compensada pelos ajustes da Avon em toda a região hispânica e pela categoria Casa & Estilo, que registrou um declínio menor da receita em relação ao trimestre anterior e na qual a companhia tem uma exposição cada vez menor como porcentual da receita total”, destaca a companhia.
Receita consolidada
A receita líquida consolidada também teve um bom desempenho, totalizando R$ 5,976 bilhões no terceiro trimestre. Um crescimento de 17,4% em relação ao mesmo período de 2023. O crescimento veio principalmente da expansão no Brasil e do aumento das vendas da Natura nos países da América Latina, especialmente nas operações hispânicas.
No entanto, o crescimento foi parcialmente offset pela reestruturação da Avon nas regiões de língua espanhola, além de um desempenho mais modesto na categoria Casa & Estilo, que ainda enfrenta dificuldades, embora tenha registrado uma queda menor de receita em comparação ao trimestre anterior.
Por fim, a empresa reportou uma significativa redução nas despesas financeiras líquidas. Portanto, que caíram para R$ 171 milhões no terceiro trimestre de 2024, contra R$ 851 milhões no mesmo período do ano passado. Dessa forma, refletindo uma melhora no gerenciamento de dívidas e custos financeiros.
Em resumo, enquanto o impacto não-caixa da reestruturação da Avon pesou negativamente nos resultados gerais da Natura &Co, a empresa demonstrou força em suas operações continuadas. Assim, com um crescimento sólido nas receitas e resultados operacionais. Ainda, o que pode indicar um caminho de recuperação nos próximos trimestres.
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