
- As ações da Tesla subiram 20% com a suspensão das tarifas, puxando alta global no setor tecnológico.
- A China foi excluída da trégua e enfrentará tarifas de 125%, o que gerou promessa de retaliação.
- Analistas destacam que a suspensão é temporária e o conflito comercial pode voltar a escalar.
As ações da Tesla subiram 20% nesta quarta-feira (9), após o presidente Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas para mais de 75 países.
A China, no entanto, ficou de fora da trégua e enfrentará aumento para 125%. A notícia teve forte repercussão no mercado, impulsionando papéis do setor de tecnologia e energias renováveis.
Tesla lidera recuperação com salto de 20% nas ações
O mercado financeiro global respondeu com euforia à decisão do governo dos Estados Unidos de suspender temporariamente tarifas sobre importações de países aliados.
Sendo assim, a Tesla foi a principal beneficiada. As ações da montadora dispararam 20%, refletindo o alívio imediato sobre suas operações internacionais. A empresa vinha sofrendo pressão desde o início do ano por conta das tarifas aplicadas a componentes produzidos fora dos EUA.
Segundo analistas do Morgan Stanley, o alívio tarifário dá à Tesla uma vantagem competitiva momentânea, especialmente no fornecimento de baterias e semicondutores, que são fundamentais para sua cadeia de produção. Além disso, investidores consideraram o gesto de Trump como um sinal de que o governo pode adotar medidas mais pragmáticas na política comercial.
Esse movimento trouxe alívio para o CEO Elon Musk, que nas últimas semanas vinha enfrentando críticas de analistas e investidores diante da estagnação dos lucros e do aumento dos custos logísticos. Com a suspensão das tarifas, o mercado voltou a enxergar margem para crescimento nos próximos trimestres.
Setor tecnológico acompanha movimento da Tesla
O salto nas ações da Tesla contaminou positivamente o restante do setor de tecnologia. A Nvidia registrou alta de 16%, enquanto os papéis da Meta avançaram 10%. As ações da Apple e da Microsoft também fecharam em alta, com ganhos de 6,3% e 5,1%, respectivamente. O Nasdaq, índice que reúne companhias de tecnologia, fechou com avanço de 9,1%.
De acordo com a Bloomberg, o impacto positivo nas big techs ocorre porque grande parte dessas empresas depende de cadeias globais de suprimento, especialmente em países asiáticos. A suspensão das tarifas reduz o custo de importações e cria condições mais favoráveis para produção e vendas nos Estados Unidos.
O otimismo se espalhou para outras bolsas. O Dow Jones subiu 7%, enquanto o S&P 500 avançou 8,2%. Na Europa, o índice DAX de Frankfurt ganhou 3,5%, e o FTSE 100, de Londres, avançou 2,9%. No Brasil, o Ibovespa teve alta de 3,2%, puxado pelas ações de exportadoras e empresas ligadas ao setor de energia.
China enfrenta aumento tarifário e promete retaliação
Apesar do alívio tarifário para a maioria dos países, a China foi deixada de fora da trégua. Trump determinou o aumento das tarifas de importação sobre produtos chineses para 125%, sob a justificativa de práticas comerciais desleais e manipulação cambial.
Autoridades de Pequim classificaram a medida como provocativa e afirmaram que estudam retaliações adicionais contra empresas dos EUA que atuam na China. O Ministério do Comércio afirmou que os Estados Unidos estão isolando sua economia ao adotar medidas protecionistas seletivas.
Economistas da OCDE alertaram que a exclusão da China pode agravar a fragmentação do comércio global. Segundo o relatório publicado nesta manhã, a manutenção das tarifas pode comprometer o crescimento econômico mundial em até 0,8 ponto percentual em 2025.
Especialistas veem ganhos momentâneos, mas alertam para riscos
Embora os ganhos no mercado de ações sejam expressivos, analistas alertam para a natureza temporária da suspensão. O prazo de 90 dias estabelecido por Trump pode ser insuficiente para concluir acordos bilaterais com todos os países beneficiados.
Além disso, a continuidade da escalada com a China pode gerar volatilidade e aumentar os riscos para os investidores.
Mesmo assim, o momento é considerado oportuno para empresas que se movimentarem estrategicamente. A Tesla, segundo analistas da Goldman Sachs, poderá aproveitar o embalo para renegociar contratos e expandir sua base de fornecedores. O governo americano, por sua vez, sinalizou que novas rodadas de negociação estão previstas para as próximas semanas.