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Ações de companhias Aéreas irão "pagar o pato" pela crise da 123Milhas?

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

A recuperação judicial da 123Milhas gerou discussões sobre a responsabilidade das companhias aéreas em relação aos custos associados às passagens aéreas comercializadas pela plataforma.

As ações de companhias aéreas e que atuam de forma direta no mercado de viagens estão pagando pela desconfiança do mercado no pregão desta 5ª feira:

No entanto, o Bradesco BBI afirma que as companhias aéreas não devem arcar com esses custos a longo prazo, destacando potenciais impactos nas tarifas e receitas. O analista Victor Mizusaki sugere que essa situação pode, de fato, ter um efeito ascendente nas tarifas aéreas e receitas, devido às milhas não resgatadas, o que pode beneficiar empresas como a Azul e a Gol.

O fim do contrato entre a 123Milhas e a Azul, que permitia à plataforma adquirir passagens aéreas utilizando milhas da grade de voos da companhia aérea, também é visto como uma possibilidade positiva para a Azul. O Bradesco BBI avalia que essa mudança pode trazer benefícios para a companhia aérea em termos de controle de custos e relacionamento com clientes.

O Bradesco BBI reforça sua recomendação de compra para a Azul, com um preço-alvo estipulado em R$ 28. Em relação à Gol, o banco mantém uma recomendação neutra, com um preço-alvo em R$ 14.

No mercado, a reação às notícias era perceptível: no momento da análise, as ações da Azul (#AZUL4) apresentavam uma queda de 3,32%, cotadas a R$ 14,54, enquanto as ações da Gol (#GOLL4) registravam uma queda de 3,91%, cotadas a R$ 7,11.

O cenário atual reforça a complexidade das relações entre as plataformas de venda de passagens aéreas e as companhias aéreas. A 123Milhas, por meio de seu modelo de negócios, proporciona oportunidades para os consumidores adquirirem passagens aéreas com descontos expressivos. No entanto, a situação atual ressalta os desafios associados a essa abordagem e como ela pode impactar as operações das companhias aéreas e o equilíbrio financeiro do setor como um todo.

À medida que a situação continua a se desenrolar, será interessante observar como as companhias aéreas e outras partes envolvidas respondem a essa questão. A relação entre as plataformas de venda de passagens e as companhias aéreas pode evoluir à medida que ambas as partes buscam estratégias que atendam tanto aos interesses dos consumidores quanto às necessidades de sustentabilidade financeira do setor.

A Recuperação Judicial

Na terça-feira, 29 de agosto, a 123Milhas deu um passo significativo ao entrar com um pedido de recuperação judicial, abrindo assim um novo capítulo na trajetória da empresa diante dos desafios que enfrenta. Nos últimos tempos, a companhia se viu confrontada com problemas como a suspensão de pacotes de viagens, redução de pessoal e uma dívida declarada que ultrapassa a marca dos R$ 2,3 bilhões.

O pedido de recuperação judicial abrange não apenas a própria 123Milhas, mas também a Art Viagens, empresa que pertence aos mesmos sócios da 123Milhas e que prestava serviços de emissão de passagens, além da Novum, uma holding que detém 100% do capital da comercializadora mineira de produtos de turismo.

Conforme a empresa informou, o pedido será analisado na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, cidade onde a sede da empresa está localizada.

Os problemas recentes enfrentados pela 123Milhas na prestação de serviços de viagem resultaram em questionamentos por parte de órgãos de defesa do consumidor, como a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, e também do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), além do Procon-SP.

Nos últimos 10 dias, o Procon-SP registrou cerca de 6.820 reclamações, sendo que quase 1.000 delas podem estar relacionadas à linha Promo, que foi suspensa pela 123Milhas em 18 de agosto. Já no Reclame Aqui, plataforma de reclamações online, são contabilizadas 14.249 reclamações contra a empresa.

O secretário nacional do consumidor, Wadih Damous, mencionou recentemente que o órgão está avaliando a possibilidade de abrir um processo administrativo e impor uma multa que poderia atingir a cifra de R$ 13 milhões.

Por meio de um comunicado à imprensa, a empresa esclareceu que a recuperação judicial tem como objetivo primordial “assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores”.

A decisão da 123Milhas também teve um impacto nas ações da CVC (CVCB3), que apresentaram alta de 6,36% no pregão anterior, fechando a R$ 2,34.

Gustavo Cruz, Estrategista Chefe da RB Investimentos, observou que, após a crise enfrentada pelo Hurb, é agora a vez da 123Milhas lidar com dificuldades, o que acarreta na perda de dois importantes concorrentes da operadora de turismo listada na Bolsa. Ambos os concorrentes, inclusive a 123Milhas, tinham uma forte presença de marketing.

Cruz destacou que a CVC ainda mantém uma posição sólida no mercado, com suas lojas físicas espalhadas por todo o Brasil. Isso deve trazer benefícios, especialmente à medida que a economia se recupera no próximo ano. No entanto, o estrategista também pontuou que a CVC enfrentou desafios nos últimos anos, devido à quase paralisação do setor de turismo.

Com essa medida, a 123Milhas busca reorganizar sua situação financeira e operacional, buscando a sustentabilidade e a continuidade de suas atividades em um setor que, apesar das dificuldades recentes, permanece essencial para a economia e o lazer dos brasileiros. O desfecho dessa jornada será aguardado com atenção pelo mercado e pelos consumidores.

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